Evangélicos serão maioria no Brasil em 10 anos, disse Mendonça, indicado ao STF
Nome escolhido por Bolsonaro ao Supremo afirmou em maio que país é celeiro evangélico em 'processo de conversão'
André Mendonça, indicado do presidente Jair Bolsonaro a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal) e que será sabatinado nesta quarta-feira (1º) pelo Senado, diz ver o Brasil como um “celeiro do povo evangélico no mundo” e entende que o país está em “um processo de conversão” no qual essa corrente religiosa será majoritária em dez anos.
As declarações foram dadas em maio de 2021 em um evento na Igreja Batista Getsêmani, em Minas Gerais, que fez parte de um périplo que o ex-ministro manteve ao longo do mandato em cultos de diferentes denominações evangélicas.
Mendonça, que é pastor da Igreja Presbiteriana Esperança, foi escolhido por Bolsonaro como forma de atender a uma promessa de indicar alguém “terrivelmente evangélico” para uma vaga no tribunal.
“Creio que esse país vai ser o grande celeiro do povo evangélico no mundo. Eu creio nisso. Meus irmãos e minhas irmãs: em dez anos nós já seremos maioria neste país. Em dez anos. Não é porque é um processo de dominação. É um processo de restauração. É um processo de conversão”, disse Mendonça, na ocasião.
A fala ocorreu em um contexto em que o ex-advogado-geral da União e ex-ministro da Justiça abordava atividades de educação religiosa de crianças, ocasião em que mencionou a necessidade de “salvar as futuras gerações” do país.
Ainda sobre o avanço da população evangélica, ele afirmou: “É um processo para dar dignidade ao ser humano. É um processo para reconciliar o homem com o nosso Deus. É um processo, para que… ainda que seja uma brincadeira, dizer que o brasileiro vive de cachaça e pouco coração, o brasileiro vai viver do sangue de Jesus. E do poder do Espírito Santo”.
Também afirmou que não há como se “conformar com certas profecias”. “Temos que nos indignar com um povo que, por vezes, não anda aos pés do nosso senhor Jesus Cristo.”