DENÚNCIA

Ex-servidora do Pros denuncia demissão em massa e diz que funcionários não receberam

Segundo ela, 69 servidores foram desligados em 30 de março; partido garante que todos irão receber

Ex-servidora do Pros denuncia demissão em massa sem pagamento dos funcionários (Foto: Rodrigo Estrela - Divulgação)

O Diretório Nacional Pros é acusado de demitir 69 servidores do partido, em março, quando a sigla foi assumida por Marcus Holanda – que substituiu Eurípedes Júnior após imbróglio judicial – e não pagar as verbas rescisórias aos trabalhadores. A legenda garante que todos serão pagos e informa que o atraso se deve a burocracia.

Segundo uma das servidoras desligadas, que repassou a lista e a denúncia ao Mais Goiás, o novo diretório retirou os funcionários no dia 30 e pediu a eles que assinassem os termos de rescisão mesmo sem pagar o salário referente ao mês de março.

Ainda de acordo com ela, os novos dirigentes informaram que o pagamento ocorreria, “no mais tardar, em 9 de abril”, ou seja, no prazo legal – dez dias após a rescisão. A ex-funcionária, porém, diz ainda não ter recebido, assim como seus colegas com quem mantém conversas sobre a situação.

“Em nenhum momento houve contato com o Marcus. Uma advogada dele fez a reunião e informou que tudo seria feito da forma correta, pois sabia que famílias inteiras trabalhavam no partido. A gente já esperava a demissão, mas não o tratamento“, explicou a fonte.

“Soubemos por aplicativo da carteira de trabalho. Não houve informação prévia da data”, completou. Questionada sobre ter assinado a rescisão, a fonte diz que, tanto ela quanto os demais, confiaram na boa fé do partido. “Não temos contato, tentamos com alguns que sabemos que trabalham lá, mas não conseguimos.”

De acordo com ela, os boatos são que a sigla vai esperar a “judicialização” do caso. “Para nós é um problema, pois isso demora. São famílias, que não conseguem nem acessar o seguro desemprego.”

Versão do Pros

O partido informou que irá pagar todos os funcionários, até porque é “dinheiro público”. Além disso, explicou que o atraso seria por questão burocrática, uma vez que ocorreu uma troca de tesoureiro e uma atualização no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Apesar de antecipar a informação, a legenda se comprometeu a enviar uma nota até às 17h40, o que ainda não ocorreu. Caso envie, esta matéria será antecipada.

Saída de Eurípedes da presidência

Em julgamento que aconteceu no começo de março, a 8ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) destituiu o goiano Eurípedes Júnior do cargo de presidente do Pros e reconheceu Marcus Vinícius de Holanda como dirigente do partido. “É um novo momento. É como se o Pros estivesse a renascendo, conduzido por mãos limpas e com transparência”, disse à época, ao Mais Goiás.

A decisão unânime do TJDFT considerou legítima a convenção nacional do Pros que aconteceu em 9 de julho de 2020 e elegeu Holanda para o comando da legenda.