Exército responde CPI e diz que não tem informações sobre militares do governo
O general de Divisão Francisco Montenegro Junior, chefe do gabinete do Exército, enviou ofício à…
O general de Divisão Francisco Montenegro Junior, chefe do gabinete do Exército, enviou ofício à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, no Senado, dizendo que o Exército não dispõe de relatórios de inteligência acerca do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, do coronel Élcio Franco, ex-secretário-executivo do Ministério da Saúde, do tenente-coronel Marcelo Blanco, ex-assessor da pasta, e do coronel Alexandre Martinelli Cerqueira, ex-subsecretário de Assuntos Administrativos da pasta. Trata-se de uma resposta à CPI.
“Incumbiu-me o Comandante do Exército de informar que a Força Terrestre não dispõe de relatórios/informações de inteligência acerca dos indigitados”, escreveu ao presidente da comissão, Omar Aziz. O pedido foi feito, pois o colegiado apura possíveis envolvimentos de militares do governo Bolsonaro (sem partido) em supostos casos de corrupção em compras de vacina contra Covid-19 e no combate à pandemia. Vários militares foram citados nas investigações sobre a aquisição de imunizantes.
Na demanda, o relator da CPI Renan Calheiros solicita “todos os relatórios e informações de inteligência, com as correspondentes cópias, a respeito de Antônio Élcio Franco, Marcelo Blanco da Costa, Alexandre Martinelli Cerqueira e Eduardo Pazuello”. Na justificativa, ele expõe “possíveis irregularidades em contratos, fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de recursos públicos, assinatura de contratos com empresas de fachada para prestação de serviços genéricos ou fictícios, entre outros ilícitos, se valendo para isso de recursos originados da União Federal, bem como outras ações ou omissões cometidas por administradores públicos federais, estaduais e municipais, no trato com a coisa pública”.
Confira o pedido e a resposta AQUI e AQUI.
Caso
Um dos casos foi divulgado pela Folha de S.Paulo. Um troca de mensagens que mostra uma uma negociação informal e paralela do Ministério da Saúde com a Davati Medical Supply, antes de uma proposta oficial ao governo, para fornecer vacinas. Estas envolviam, entre outros, Marcelo Blanco, coronel da reserva e ex-assessor de Dias no Ministério da Saúde.
Tanto Blanco como Martinelli teriam participado de jantar com o ex-diretor Logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias onde propina de US$ 1 por dose adquiridas de vacina teriam sido pedidas. Blanco chegou a abrir, alguns dias antes do encontro, uma empresa de representação comercial de medicamentos, como foi verificado pelo Metrópoles no site da Receita Federal.
O caso foi denunciado pelo policial militar Luiz Paulo Dominguetti.