Expulsão de deputados é ajuste político e não enfraquece partido, dizem tucanos
Parlamentares afirmam que Diego Sorgatto e Tião Caroço já estavam insatisfeitos com PSDB e já votam com base de Caiado
Após a expulsão dos deputados estaduais Diego Sorgatto e Tião Caroço do PSDB, o partido ficou com quatro representantes na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego): Hélio de Sousa, Gustavo Sebba, Talles Barreto e Lêda Borges. Os parlamentares, de modo geral, não entenderam a retirada dos colegas como enfraquecimento da sigla, mas como ajuste político-partidário.
“Os dois já votavam com a base e se declaravam apoiadores do governo”, diz Lêda. Na opinião dela, apesar de o mandato ser da sigla, não há que se falar em “premiação” – sobre expulsar os colegas e dar a eles a chance de migrarem para outras legendas antes da janela. “Vejo como ajuste para nós, para ficar quem realmente é peessedebista”, declara.
Gustavo Sebba também não vê enfraquecimento. “O partido são as ideias, o trabalho que faz, não apenas números. Não são números que transformam a sigla em um partido de representatividade. Eles parlamentares já não se identificavam com os ideias do partido, então nada mais justo que eles possam escolher o seu rumo. Ninguém tem que ficar em um partido, onde não se sente bem.”
Para ele, a Assembleia não é como o Congresso, onde o número de deputados influencia no tempo de televisão e fundo partidário. “É outra discussão. O que discutimos aqui é reformular o Estado e isso passa pelas ideias das pessoas, não pelo número de deputados. Continuamos como o maior partido de oposição”, garante.
Eleições
O líder da oposição e do PSDB na Alego, Talles Barreto, faz uma análise do futuro. Ele lembra que Diego deve ser candidato em Luziânia e, vencendo, deixaria a sigla de qualquer forma. O mesmo poderia ocorrer com o Tião Caroço, em Formosa.
Apesar disso, Talles, que é pré-candidato à prefeitura de Goiânia, afirma que conta com o apoio dos dois colegas na cidade. “Foi de forma amigável”, ele garante.
Questionado o que mudou, uma vez que, no ano passado, a postura do presidente Jânio Darrot era pelo diálogo e manutenção dos colegas na legenda, Talles relata que o presidente teve muito bom senso, uma vez que é um homem equilibrado. “Temos que apurar o próprio PSDB, já que teremos cerca 120 candidatos no Estado. Serão 120 que se identificam com o PSDB”, reforça.
De saída
Diego Sorgatto revelou que era uma situação que já esperava, uma vez que durante todo o ano de 2019 se posicionou com o governador Ronaldo Caiado (DEM). “Por estar na base, votando com o governo e contra o PSDB, já era esperado.”
Sobre uma possível sigla, Diego disse que já teve alguns convites. “Ainda não defini, mas tenho conversado com alguns partidos. Até mesmo o próprio partido do governador, o DEM.”
O deputado Tião Caroço afirmou já tinha comunicado seu desejo de deixar a sigla. “Não estava confortável.” Para ele, existe coerência em seu pedido, uma vez que tem apoiado a base do governador e o PSDB é um partido de oposição.
Apesar de ter sido citado por Talles como possível pré-candidato, ele nega a intenção, neste momento. Ele também disse não ter conversado com nenhum outro partido.
O Mais Goiás não conseguiu falar com o deputado Hélio de Sousa durante a apuração desta matéria.