Filho de Iso Moreira é preso por razão diferente da que motivou operação do MP
Apesar de investigado na Operação Zaratustra, que apura fraude em licitação e falsidade ideológica, Alessandro…
Apesar de investigado na Operação Zaratustra, que apura fraude em licitação e falsidade ideológica, Alessandro Moreira dos Santos, um dos filhos do deputado estadual Iso Moreira (DEM), foi preso por razão diversa da que motivou a ação do Ministério Público, na manhã desta quinta-feira (3): posse ilegal de arma de fogo. Alessandro é ex-prefeito de Alvorada do Norte e atual secretário de administração do município.
“Em razão da busca e apreensão, costuma acontecer de encontrar algum outro ilícito. Na casa do Alessandro, foi encontrado um revólver calibre 38.”, disse ao Mais Goiás o promotor Douglas Chegury, que coordenou a operação. Além de Alessandro, um caseiro foi detido na residência do deputado Iso, também em Simolândia, pelo mesmo motivo. Eles estava na posse de um revólver e uma espingarda.
“Mas o crime é afiançável, então ele vai responder em liberdade”, adiantou o promotor, que não revelou o valor da fiança.
Operação Zaratustra
Deflagrada pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) nesta quinta, a Operação Zaratustra investiga o deputado estadual Iso Moreira e seus filhos Alessandro Moreira dos Santos e Aloísio Moreira dos Santos Júnior, que é empresário, por suposta improbidade administrativa, fraude em processo de licitação e falsidade ideológica para desviar recursos da prefeitura de Alvorada do Norte. Nesta manhã, o MP cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete de Iso, na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), e na casa dele, em Goiânia. E ainda: em Bela Vista, Alvorada do Norte, Simolândia e Brasília.
Eles são investigados em função de um suposto esquema ilegal de compra e venda de combustíveis, praticado entre 2003 e 2016, junto ao Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, de propriedade da família do parlamentar. O montante desviado teria chegado a R$ 10 milhões. O ex-prefeito David Moreira de Carvalho, também é alvo de investigação, bem como os assessores de Iso, Humberto Carlos Teixeira e Carlos Alberto Dourado.
“Foram várias alterações seguidas no contrato. Quando Alessandro foi eleito, em 2003, ele queria que a prefeitura comprasse do posto dele, mas a lei de licitações proíbe. A solução foi tirá-lo do contrato social e colocar o David Moreira. Em 2009, elegeram o David, aí tiraram o nome dele e colocaram dois assessores do Iso como supostos proprietários, o Carlos Dourado e Humberto Teixeira. Em 2017 terminou o mandato e Iso e Alessandro voltaram ser os donos”, resume.
Defesa
Por telefone, o advogado de Iso Moreira, Miron Paula Batista afirmou que ainda não teve acesso aos autos. Sobre a defesa dos demais citados, ele diz que é pouco provável que assuma os casos. Ele também não soube indicar quem seriam os defensores dos filhos do parlamentar, do ex-prefeito David e dos assessores parlamentar de Iso, Humberto e Carlos.
O Mais Goiás mantém o espaço aberto para qualquer um deles que queira se pronunciar sobre o assunto.
Atualização
A assessoria de Alessandro, diferente do alegado pelo promotor, informou, por meio de nota, que não houve prisão e que a arma era legal. Confira:
“Informo que não houve prisão da minha pessoa , visto que a arma , encontrada em minha chácara , está devidamente registrado e regular conforme comprovado pela Polícia Civil de Alvorada do Norte.
Declaro que confio na Justiça e que todos os fatos referentes as denúncias serão devidamente esclarecidos .
Me coloco a disposição do Ministério Público e do Poder Judiciário .”Alessandro Moreira
*Atualizado às 11h40 de 04/09/2020