“Fiz o que tinha que fazer”, diz Jovair sobre ausência em sessão da cassação de Cunha
Deputado era aliado do peemedebista e foi um dos três goianos a faltar a votação na noite desta segunda-feira (12)
Na noite desta segunda-feira (12), a Câmara dos Deputados encerrou o processo histórico que culminou com a cassação do mandato do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB). O resultado acachapante das urnas pegou a todos de surpresa: foram 450 votos pela perda do mandato do peemedebista e apenas dez favoráveis.
Alguns dos aliados do ex-deputado, acusado por corrupção, adotaram a estratégia de não comparecer à votação. Para muitos ficou a impressão de que estavam evitando queimarem sua imagem perante os eleitores votando a favor de Cunha, ao mesmo tempo em que não se comprometiam em prejudicá-lo. No total, nove parlamentares não compareceram à sessão, cada um com suas justificativas. Dentre eles, três goianos: Jovair Arantes (PTB), Alexandre Baldy (PTN) e Pedro Chaves (PMDB).
A ausência mais sentida foi a do petebista, que comemorava a eleição de Cunha como presidente da Casa em foto que ficou famosa em 2015. Ao Mais Goiás, ele justificou sua ausência: “Fiz o que tinha que fazer”.
O deputado garantiu que não apoiou Cunha durante o processo a que ele respondia, e se ausentou da votação desta segunda seguindo esse princípio. “Não fui para não apoiar nem desapoiar”, afirmou. “É uma decisão muito da pessoalidade, da individualidade”, complementou, de forma evasiva.
Questionado se seus eleitores não ficaram desapontados com sua ausência, o deputado é enfático: “Quem tem que responder são eles.”
O petebista cita o fato de que foi o relator do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff como forma de demonstrar que questões como essa não interferem na imagem de um parlamentar. “Não fui glorificado ou desgloridicado. Tenho feito minha parte.”
Com o nome cotado para assumir a presidência da Câmara dos Deputados no ano que vem, Jovair afirma que a decisão de faltar a votação não influenciará a sua possível eleição na Casa. Apesar de “não apoiar nem desapoiar” Eduardo Cunha, ele conclui a justificativa sobre sua ausência na votação de forma no mínimo contraditória: “A obrigação do político é no momento de crise ter uma posição”.