Flávio Dino coloca Elias Vaz para se explicar sobre visita da esposa de líder do CV
Governistas insinuaram que oposição quer fazer 'politicagem' com os episódios
O ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), negou nesta segunda-feira (13) que tenha recebido qualquer pessoa ligada ao Comando Vermelho. Além disso, ele colocou o secretário de Assuntos Legislativos da pasta, Elias Vaz (PSB), para explicar o atendimento a Luciane Barbosa Farias, esposa de Clemilson dos Santos Farias, o Tio Patinhas, um traficante e líder da facção no Amazonas.
O assunto caiu como um tsunami no meio político com parlamentares da oposição como Kim Kataguiri (União), Sargento Gonçalves e Filipe Barros – ambos do PL -, afirmando que vão entrar com pedido de impeachment contra o ministro da Justiça pela ilação com o Comando Vermelho.
Dino, no entanto, afirmou que nunca recebeu líder algum e que qualquer tentativa de associar sua pasta ao narcotráfico era uma atitude “politiqueira”. No entanto, pediu para que os interessados em saber os detalhes do encontro com Elias Vaz fossem ao perfil no X (antigo Twitter) do aliado para ler a explicação do ex-deputado federal.
Entenda o caso
Luciane é esposa de Tio Patinhas e teria ido ao Ministério da Justiça, pelo menos, por duas vezes em 2023. O caso foi revelado pelo Estadão. Além de ter se encontrado com Elias Vaz, ela se reuniu com Rafael Velasco, secretário Nacional de Políticas Penais. Clemilson está preso por tráfico de drogas e por comandar a facção no Amazonas. Já Luciane é investigada por envolvimento com o Comando Vermelho.
Elias Vaz confirmou, por meio de suas redes, que a recebeu no dia 16 de março, mas na esteira de um atendimento a uma ex-deputada estadual, Janira Rocha, que é vice-presidente da Comissão de Assuntos Penitenciários da Associação Nacional da Advocacia Criminal (Anacrim). Luciane estava como acompanhante da ex-parlamentar.
Além das duas, participaram da reunião Ana Lúcia, mãe de um jovem morto em 2022. “E também Luana Lima, mãe de Lara Maria Nascimento, morta em 2022; e Luciane Farias, do estado do Amazonas. Durante a audiência, das mães Ana Lúcia e Luana Lima, escutei reinvindicações pedindo celeridade nas investigações sobre a morte dos filhos”, detalhou.
Sobre o encontro com Luciane, Vaz destacou que a mesma limitou-se a “falar sobre supostas irregularidades no sistema penitenciário”. “Por esta razão, foi sugerido à advogada Janira Rocha que elas procurassem a Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPPEN)”, destacou Vaz. Elias encerrou o post destacando que as tentativas de associá-lo a “atividades criminosas” eram politiqueiras.