Flordelis é cassada na Câmara dos Deputados
A Câmara Federal cassou, nesta tarde de quarta-feira (11), o mandato da deputada Flordelis dos…
A Câmara Federal cassou, nesta tarde de quarta-feira (11), o mandato da deputada Flordelis dos Santos Souza (PSD-RJ) por 437 votos a sete e 12 abstenções. O plenário decidiu após relatório do Conselho de Ética, que pediu o afastamento da parlamentar.
Além do mandato, Flordelis – que é apontada pela Polícia e Ministério Público do Rio de Janeiro de mandar matar o marido Anderson do Carmo, em Niterói, no ano de 2019 – perde o mandato, os direitos políticos e a imunidade parlamentar.
Destaca-se, a deputada entrou com recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar impedir a sessão de cassação, mas a ministra Carmen Lúcia indeferiu o mandado de segurança. No lugar dela, assume o suplente, Jones Moura (PSD), que vereador no Rio.
Caso Flordelis
O pastor Anderson, marido de Flordelis, foi morto ao chegar em casa com a parlamentar, em Niterói (RJ), em junho de 2019. Ele foi baleado com vários tiros na garagem. A deputada afirmou que ter sido um assalto, além de dizer que eles estavam sendo seguidos.
Em agosto do mesmo ano, um dos 55 filhos do casal disse à Polícia que poderia ter sido a mãe a mandante do crime. Ela negou. Contudo, a corporação apurou que o plano para matar o religioso começou em maio de 2018, com um envenenamento em doses por arsênico.
“As denúncias apontam que, em maio de 2018, tiveram início seis tentativas de envenenamento, de forma gradual. O arsênico era colocado na comida do pastor. Ele teve várias passagens em hospitais de Niterói, com diarreia, vômitos, sudorese. O tratamento era feito como se fossem outras coisas. Ao assumir como deputada federal, Flordelis se sentiu mais empoderada para realizar o assassinato“, detalhou o promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP estadual, em coletiva, no ano passado.
Indiciamento
Com o avanço da investigação, Flordelis foi indiciada pela polícia e denunciada por homicídio triplamente qualificado, além de tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização criminosa majorada. A motivação, segundo a polícia, seria insatisfação com a administração financeira de Anderson.
Em fevereiro, a Justiça do Rio já tinha afastado a congressista da Câmara, mas não havia cassação. Por causa da imunidade parlamentar, ela não foi presa. Agora, ela pode ser detida se a justiça determinar.