Gilmar Mendes acusa Ernesto Araújo de propagar fake news no Twitter
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, acusou Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores…
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, acusou Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do governo Jair Bolsonaro, de propagar fake news na noite desta quarta (10).
O chanceler havia criticado, no Twitter, uma matéria do serviço em inglês da rede de TV CNN, que publicou uma reportagem sobre a situação da pandemia no país, com o destaque “Brasil relata o dia mais mortal para a covid-19”.
Postou Araújo, em inglês: “A CNN entende tudo errado sobre o Brasil e a covid. Aqui estão os fatos: Após uma decisão do Supremo Tribunal de abril de 2020, os governadores dos Estados – não o presidente – têm, na prática, toda a autoridade para estabelecer/gerir todas as medidas de distanciamento social”.
Horas depois, Mendes respondeu ao tuíte, escrevendo, também em inglês: “FAKE NEWS! A verdade é que o Supremo Tribunal Federal decidiu que as administrações federal, estadual e municipal têm competência para adotar medidas de distanciamento social. Todos os níveis de governo são responsáveis pelo desastre que enfrentamos”.
FAKE NEWS! Here is the real fact: the Brazilian Supreme Court ruled that Federal, State and Municipal administrations have the authority to adopt social distancing measures. All levels of Government are accountable for the disaster we are facing. https://t.co/KY8dB2xbsz
— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) March 11, 2021
Na manhã desta quinta (11), o chanceler retrucou o ministro do Supremo. “Leia de novo por favor. Eu disse ‘após uma decisão da Suprema Corte’ que significa ‘como consequência de’, não ‘como literalmente declarado em’. E eu disse ‘na prática’, indicando o efeito da decisão na vida real. Na prática, os governadores tomaram todas as medidas que desejavam e o governo federal paga a conta”.
A informação de que a decisão do STF eximiu o governo federal vem sendo usada sistematicamente pelo presidente da República e membros de seu governo para justificar a falta de coordenação e de articulação nacionais para medidas de isolamento social por escolha do próprio governo federal. Jair Bolsonaro tem feito duras críticas a quarentenas e bloqueios totais, os chamados lockdowns, e promovido aglomerações.
A postagem do chanceler abriu uma série de tuítes em que ele trouxe números defendendo a atuação do governo federal durante a pandemia.
Em um deles disse que Bolsonaro enviou uma delegação a Israel que estabeleceu mecanismos de colaboração com institutos de pesquisa. E citou o spray nasal, que vem sendo defendido pelo presidente, dizendo que ele é “indiscutivelmente o medicamento mais promissor para a covid-19 atualmente em teste em qualquer lugar”. A declaração, contudo, carece de fundamentação, uma vez que o produto ainda está em fase de recrutamento de voluntários para testagem.