QUEIXA-CRIME

‘Trisal’: Gleisi vai ao STF contra Gustavo Gayer

Deputado federal fez insinuações contra ela e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre

Gleisi vai ao STF contra Gustavo Gayer
Gleisi vai ao STF contra Gustavo Gayer (Foto: Reprodução)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), apresentou no Supremo Tribunal Federal (STF) uma queixa-crime contra o deputado federal por Goiás Gustavo Gayer (PL). A medida ocorre dias depois de o bolsonarista fazer insinuações em postagem sobre ela e Davi Alcolumbre (União-AP). No X, o goiano sugeriu que a ministra das Relações Institucionais formaria um trisal com o namorado dela, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e o presidente do Senado.

“Me veio a imagem da Gleisi, Lindbergh e do Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”, escreveu o bolsonarista no X. Com a repercussão negativa, Gayer apagou a postagem. Em seguida, fez outra publicação nas redes sociais e disse que estava defendendo a petista. “As pessoas que hoje me atacam são as mesmas que ficaram em silêncio ontem quando Lula desrespeitou a ministra Gleisi. Enquanto eu fui o único parlamentar que saiu em defesa da ministra e prestou solidariedade a ela. É o cúmulo da hipocrisia”, escreve nas redes sociais.

Na queixa-crime, Gleisi pede uma indenização por danos morais de R$ 30 mil. A defesa dela também alega que o goiano usou a rede social para fazer ataques de cunho misógino – aversão às mulheres – contra a petista. Além da ministra, o Partido dos Trabalhadores (PT) acionou o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o deputado federal do PL.

Ao Mais Goiás, a deputada federal goiana pelo PT, Adriana Accorsi, confirmou que participou da representação. Para ela, a conduta do colega é “inaceitável”. Ela também acredita que haverá punição contra o congressista. “Chega de impunidade. A política, assim como tudo na vida, precisa ter ética.”

Ligação e cassação de Gayer

Na última sexta-feira (14), o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), ligou para Gayer. A reação foi divulgada pelo Metrópoles. Segundo o veículo de comunicação, o líder da Casa Baixa do Congresso repreendeu o goiano e o chamou para conversar pessoalmente na próxima terça-feira (18). O parlamentar de Goiás teria justificado que foi “infeliz” e que já tinha apagado a postagem.

Além disso, afirmou nunca ter feito acusações sobre “trisal” e que estaria sendo usado como “bode expiatório” pelo PT para ofuscar a fala de Lula. O presidente, na última quarta (12), disse que nomeou uma “mulher bonita” (Gleisi) para tentar melhorar a relação com o Congresso – ele também foi amplamente criticado nas redes sociais e por lideranças políticas.

Já o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, disse a jornalistas, na quinta-feira (13), que entrará com uma representação no Conselho de Ética da Câmara e com uma ação judicial contra o deputado bolsonarista Gustavo Gayer. Esse não é o primeiro caso em que o deputado do PL enfrenta ações por ataques contra colegas.

Em outubro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar Gayer réu por difamação, calúnia e injúria por insinuar que senadores tinham sido “comprados” para votar no então presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele também chamou parlamentares de “vagabundos”.