Goiânia tem déficit de quase 19 mil vagas na educação municipal
A Secretaria Municipal de Educação realiza planejamento para solucionar parte do problema em um ano. Vereadores desconfiam se a proposta é viável
O secretário municipal de Educação Marcelo Ferreira da Costa esteve na Câmara de Goiânia na manhã desta quarta-feira (12) para prestar esclarecimentos sobre problemas nas escolas e Cmeis da cidade. A convocação foi feita pela vereadora Tatiana Lemos (PCdoB).
Ao fazer seu discurso em tribuna livre, o secretário afirmou que em Goiânia existe o déficit de 18.911 vagas no ensino público infantil. “Fizemos o mapeamento da secretaria quando iniciamos esta gestão e ficamos surpresos com a quantidade de vagas que são necessárias. Não esperávamos um déficit tão grande”, disse Costa.
Entretanto o secretário informou que a pasta já tem planejamento a curto, médio e longo prazo para solucionar o problema em até um ano. De acordo com ele, a prefeitura espera a autorização do Ministério da Educação para colocar em funcionamento salas modulares – educação infantil em escolas com alunos mais velhos – que irão garantir 4 mil novas vagas.
Além disso, disse o secretário, a Prefeitura de Goiânia vai encaminhar nos próximos dias um Projeto de Lei à Casa para que sejam criadas bolsas de estudo para outros 4 mil alunos que solicitarem vagas na rede pública. Entretanto Costa não deu detalhes de como funcionará este sistema e se limitou a dizer que a execução será discutida com os vereadores.
O restante das vagas necessárias apenas deve ser suprido com a conclusão das obras que estão paradas. Na oportunidade, o secretário afirmou que a última gestão deixou 11 obras inacabadas em fases diferentes e 35 prédios que a construção deveria ter começado, mas não aconteceu. “Neste caso é mais complicado, porque vai ter que abrir uma licitação nova e o recurso vem do governo federal”, explicou o secretário.
Escolas
Outro problema exposto pelo secretário na visita à Câmara foi a falta de funcionários e professores nas escolas. De acordo com ele, o primeiro chamamento do concurso só aconteceu nos últimos dias porque era necessário fazer um mapeamento dos servidores que estavam lotados na sede da secretaria, ao todo são 1.300. “É um número muito alto. Não precisamos de todas estas pessoas na secretaria. Estamos encaminhando centenas de volta para a sala de aula”, afirmou Costa.
Em relação à falta de merenda em algumas escolas, o secretário confirmou que o problema aconteceu porque muitos contratos com fornecedores terminaram no fim de 2016 e precisaram ser refeitos, o que demandou tempo. Já os repasses para creches filantrópicas, a secretaria conseguiu pagar “praticamente todos”. Seis unidades não receberam a verba ainda por causa de problemas com a documentação.
Para Tatiana Lemos, as respostas do secretário aos questionamentos dos vereadores foram satisfatórias. “Ele deu respostas pontuais e finalmente nos deu informação para cobrar as respostas depois. Ele diz que é possível e nos deu esperanças”, afirmou a parlamentar. Na oportunidade, o vereador Zander Fábio (PSL) disse que a proposta apresentada por Costa é impossível de ser cumprida em um ano. Em resposta, o secretário afirmou que é uma missão complicada, mas é preciso planejar a educação a longo prazo.
Greve
Em relação à greve dos servidores das escolas municipais de Goiânia, o secretário informou que as reinvindicações estão sendo discutidas, mas algumas delas a secretaria pediu mais tempo, “por causa dos problemas financeiros enfrentados pela prefeitura”. A reportagem do Mais Goiás visitou a Escola Municipal Antonio Fidelis, localizada no Parque Amazônia, na manhã de hoje. Os alunos continuam tendo aula normalmente porque os servidores da unidade decidiram não aderir à greve.