CRISE INSTITUCIONAL

Goiás assina carta de governadores contra motim de policiais e “fake news”

Gestores dizem que agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados

Bia Kicis (PSL) (Foto: Will Shutter/Câmara dos Deputados)

Governadores de 16 estados, incluindo Goiás, assinaram carta conjunta contra o que chamam de “crescente onda de agressões e difusão de fake news“. Datada de segunda-feira (29) e direcionada aos presidentes dos Três Poderes, eles afirmam que o movimento visa “criar instabilidade institucional nos estados e no país”. A manifestação é também uma resposta à deputada bolsonarista Bia Kicis (foto) (PSL), que realizou publicação na qual estimulou motim de agentes de segurança pública, após caso de PM morto na Bahia.

Os líderes estaduais afirmam no documento que agentes políticos espalham mentiras sobre dinheiro jamais repassado aos estados, além de fomentar tentativas de cassação de mandatos. “Tentam manipular policiais contra a ordem democrática, entre outros atos absurdos”, escrevem.

A carta ainda diz que autoridades federais, inclusive do Congresso Nacional, violam os princípios da lealdade federativa e pedem que os presidentes dos poderes tomem providências para coibir “atos ilegais e imorais”.

Motim

O trecho faz referência à deputada bolsonarista Bia Kicis (PSL), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que insuflou motim e disse que  o soldado Wesley Soares Góes, morto após surto em frente ao Farol da Barra, em Salvador, havia sido abatido porque “se recusou a prender trabalhadores” que eram supostamente contra as medidas de isolamento social decretadas pelo estado. Após repercussão negativa, ela apagou a postagem.

“Os Estados e todos os agentes públicos precisam de paz para prosseguir com o seu trabalho, salvando vidas e empregos. Estimular motins policiais, divulgar ‘fake news’, agredir governadores e adversários políticos, são procedimentos repugnantes, que não podem prosperar em um país livre e democrático”, escrevem.

Além de Caiado, assinam a carta os governadores Rui Costa (Bahia), Flávio Dino (Maranhão), Helder Barbalho (Pará), Paulo Câmara (Pernambuco), João Dória (São Paulo), Mauro Mendes (Mato Grosso), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), Camilo Santana (Ceará), João Azevedo (Paraíba), Renato Casagrande (Espírito Santo), Wellington Dias (Piauí), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Belivaldo Chagas (Sergipe), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul) e Waldez Goés (Amapá).