Eleições 2018

Goiás tem mais de 650 mil filiados a partidos políticos

MDB lidera no número de filiações no estado, seguido por PSDB, PP e PT. Cientista política explica a força e influência das legendas no processo eleitoral

Em Goiás os números de filiados a partidos políticos chegam a 673.151, divididos entre os 35 partidos políticos com sede no estado. Em números de filiações, o maior deles é o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), com pouco mais de 138 mil, representando 20% dos eleitores goianos. Em seguida está o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 56.623, que representa 11%. Em terceiro lugar está o Partido Progressista (PP), com 46.904 filiados; e em quarto lugar está o Partido dos Trabalhadores, com 46.904 filiados. O quinto maior partido em Goiás é o Democratas (DEM), com 46.775 filiados.

No ranking dos dez maiores, em seguida aparecem: Partido da República (PR), com 40.025; Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com 38.191; Partido Democrático Trabalhista (PDT), com 24.231; Partido Socialista Brasileiro (PSB) com 19.433; e, em décimo lugar, o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), com 18.196 filiados. Os dados são do site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Mas não são apenas esses dados que definem a força de um partido. A “capilaridade”, ou a influência de um partido, é definida, além da quantidade de filiados, pelos diretórios espalhados pelos estados e municípios e pelo número de parlamentares eleitos. Todos esses fatores, unidos, contribuem com a influência de um partido político e têm como consequência o aumento no número de eleitores. É o que explica a cientista política e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Denise Paiva.

“Além do papel das lideranças, há uma força organizacional em termos de diretores, de parlamentares e, consequentemente de filiados, que mostram que os partidos têm um capital político e eleitoral grande. No caso de Goiás, esses dois partidos [MDB e PSDB] têm polarizado a disputa eleitoral, têm estruturada a disputa política, com lideranças eleitas”, explica a cientista política Denise Paiva.

As motivações para se filiar a um partido político são inúmeras, afirma Denise. Segundo ela, para fortalecer as campanhas e trabalhar durante o período eleitoral; por militância, pessoas que já têm uma história de atividade e ligação forte com as propostas da legenda; há aqueles que simplesmente têm proximidade com parlamentares ou militantes e depois acabam se afastando das atividades; e também quem almeje, de fato, participar de eleições.

Denise ainda faz questão de enfatizar: os partidos são instituições fundamentais para o funcionamento das democracias, porque são eles que levam demandas da sociedade os representantes. “Nós não temos nenhuma democracia que não tenha partidos políticos. São instituições que fazem essa conexão entre o eleitorado e a sociedade. Organizam, analisam demandas e transformam em políticas públicas. Esse é o papel fundamental”, explica.

E a professora finaliza: também é importante que o eleitor entenda que, no Brasil, um partido ou um candidato não trabalham sozinhos. Denise explica que, para governar e para alcançar os objetivos, é necessário a criação de alianças políticas e que isso já começa a ser definido durante a pré-campanha. Por isso, ao escolher o seu candidato, o eleitor deve levar em conta não só o político, isoladamente, mas é importante entender quais são as ideologias e o conjunto de políticas públicas que ele, seu partido e seus aliados oferecem para a sociedade.

Descrédito

Segundo o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT), os níveis de confiança dos brasileiros nos partidos políticos caiu drasticamente, atingindo os menores índices da história. A pesquisa aponta que 77,8% não têm “nenhuma confiança” nessas instituições, isso equivale a oito em cada dez brasileiros. Em 2014 mais de 46% não confiavam nas legendas. Em 2006, esse número chegou a 36,7%.

A falta de crédito às legendas brasileiras gera um processo de “apartidarismo”, explica Denise. Segundo ela, essa descrença é reflexo de críticas da sociedade tanto às elites políticas que já existem e já estão consolidadas, quanto aos partidos. “Há uma falta de representatividade dos partidos políticos. Outro elemento que cria esse distanciamento são as denúncias de corrupção que no Brasil têm atingido principalmente os maiores deles”, completa.