Governo federal ignora recomendação da Anvisa de suspender voos da Índia
O governo brasileiro está há dez dias ignorando a recomendação da Agência Nacional de Vigilância…
O governo brasileiro está há dez dias ignorando a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de suspender voos e viajantes oriundos da Índia. A restrição serviria para conter a nova variante do coronavírus que foi identificada no país. As informações são do colunista Gerson Camarotti, da GloboNews.
Em nota técnica, a Anvisa recomenda a implantação de uma quarentena obrigatória para todos “viajantes estrangeiros e brasileiros que ingressam no Brasil, independente do país de procedência” diante da gravidade da pandemia neste momento.
Segundo Camarotti, a recomendação foi encaminhada no último dia 4 de maio ao Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19, que é comandado pelo ministro da Casa Civil, Luiz Eduardo Ramos.
Camorotti afirma, ainda, que a demora da análise das orientações tem preocupado a área técnica da Anvisa. Isso porque já chegou informação ao Ministério da Saúde que a variante indiana foi identificada na Argentina. Os dois viajantes vieram da Índia e chagaram à Buenos Aires.
O texto da Anvisa faz uma análise detalhada da situação da pandemia no mundo para subsidiar o governo brasileiro a implementar as restrições sanitária que possam reduzir a propagação do coronavírus no país.
Ignora de vacina
Não é a primeira vez que o governo federal ignora assuntos que dizem respeito à pandemia. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, o ex-secretário de Comunicação de Jair Bolsonaro, Fabio Warjgarten, afirmou que a carta de oferta de vacinas da Pfizer ficou dois meses sem reposta. Além de Bolsonaro, o texto foi endereçado a outros cinco membros do governo, incluindo o vice-presidente, Hamilton Mourão, e o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
A confirmação da demora também ocorreu pelo gerente-geral da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, que também prestou oitiva na última quinta-feira (13). Ele detalhou as ofertas feitas ao governo brasileiro e afirmou que, caso o contrato tivesse tido assinado em agosto, o Brasil teria recebido 1,5 milhões de doses já em 2020 e, até o momento, poderia ter ocorrido a entrega de 18 milhões de doses da vacina em solo brasileiro. Além disso, cinco ofertas de farmacêutica foram rejeitadas pelo governo.