MEDIDA PROVISÓRIA

Governo libera mais R$ 25,7 bi para auxílio emergencial

Gasto total com programa subirá para R$ 123,9 bi em três meses

Do outro lado da fila: bancários sofrem exaustão, temem se contaminar e recebem até ameaças

O presidente Jair Bolsonaro editou, nesta sexta-feira, uma medida provisória (MP) que libera mais R$ 25,7 bilhões para seguir com o pagamento do auxílio emergencial de R$ 600, como O GLOBO antecipou.

Os recursos vão se juntar a outros R$ 98,2 bilhões que já foram autorizados. Com isso, o gasto total subirá R$ 123,9 bilhões.

Os depósitos para os trabalhadores informais foram paralisados pela Caixa Econômica Federal. Nos últimos dias, o Ministério da Cidadania calculou que o valor liberado até agora era insuficiente para pagar todos os benefícios e, por isso, pediu mais dinheiro.

O cálculo original que embasou as primeiras estimativas do governo, segundo fontes que acompanham de perto o assunto, considerava como beneficiários do auxílio o microempreendedor individual, o contribuinte individual da Previdência Social e pessoas integrantes do Cadastro Único do Governo Federal.

O cálculo original não considerou, porém, as pessoas que ainda não constavam em nenhum registro administrativo público, de acordo com a fonte. Com isso, surgiram novos beneficiários, o que aumento o impacto da medida.

O Ministério da Cidadania avaliou que o número de beneficiários superou as estimativas iniciais. Segundo outra fonte, já na primeira parcela do benefício faltariam 14,7 milhões de pessoas a serem atendidas, sem os novos recursos. Além disso, há custos relativos à operacionalização do auxílio, que estão a cargo da Caixa Econômica Federal e da Dataprev.

Até agora, a Caixa informou que já pagou o auxílio para 35,1 milhões de pessoas, o que representa um volume total de R$ 25 bilhões. Desse universo, 10,5 milhões são trabalhadores que estão inscritos no Cadastro Único (CadÚnico) do Ministério da Cidadania; 13,1 milhões são informais que não aparecem nesse cadastro e 11,5 milhões são beneficiários do Bolsa Família. Os pagamentos começaram no dia 9 de abril.

A antecipação da segunda parcela do auxílio para os trabalhadores informais, que estava programada para iniciar nesta quinta-feira, foi cancelada.