Governo Lula exonera número 3 da Abin e mais dois diretores por uso de programa de espionagem
Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores suspeitos de usarem um software para fazer espionagem
O governo federal exonerou nesta terça-feira, 24, Paulo Mauricio Fortunato Pinto, então secretário de Planejamento e Gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Além dele, mais dois diretores do órgão foram dispensados.
Fortunato já havia sido afastado do cargo por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
Ele atuou durante o governo de Bolsonaro como diretor de Operações de Inteligência da agência —área responsável por adquirir e manusear o software cujo uso é investigado.
Na sexta-feira passada, dia 20, a Abin foi alvo de uma operação da Polícia Federal que prendeu dois servidores, Eduardo Arthur Izycki e Rodrigo Colli, suspeitos de fazerem uso de um software para espionar ilegalmente políticos, advogados, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Os dois foram demitidos.
Novo secretário
A Folha apurou que o servidor Rodrigo de Aquino foi escolhido para o lugar de Fortunato. Aquino é do primeiro concurso público da Abin. Ele era diretor da agência, mas foi exonerado no governo Jair Bolsonaro (PL) na gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
A nomeação de Aquino ainda não foi publicada. Oficiais ouvidos pela reportagem afirmam que ele já está dando expediente como secretário de Planejamento e Gestão, o terceiro cargo mais alto na estrutura da Abin.