Governo se nega a revelar exame de Bolsonaro por Lei de Acesso: “Sigiloso”
Presidente fez os exames em 12 e 17 de março, após voltar de missão oficial nos Estados Unidos. Ao menos 23 autoridades que estavam na comitiva presidencial naquela viagem contraíram o vírus
A Presidência da República classificou como “sigilosos” os exames que Jair Bolsonaro (sem partido) fez para detectar o novo coronavírus e se negou a divulgar os resultados dos testes. O pedido foi feito pelo UOL ao governo via LAI (Lei de Acesso à Informação) no dia 23 de março.
O presidente fez os exames em 12 e 17 de março, após voltar de missão oficial nos Estados Unidos. Ao menos 23 autoridades que estavam na comitiva presidencial naquela viagem contraíram o vírus. Bolsonaro afirmou que o teste deu resultado negativo para coronavírus nas duas vezes, mas nunca apresentou os documentos.
Defensor do uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento contra o coronavírus, medicamentos cuja eficácia não é consenso na comunidade científica, Bolsonaro recentemente cobrou de médicos de São Paulo que revelem o receituário de seus tratamentos.
2- Cada vez mais o uso da Cloroquina se apresenta como algo eficaz. Dois renomados médicos no Brasil se recusaram a divulgar o que os curou da COVID-19. Seriam questões políticas, já que um pertence a equipe do Governador de SP?
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) April 8, 2020
Transparência
No pedido de informação feito pelo UOL, a reportagem justificou que a informação de realização do exame é pública e foi divulgada pelo próprio presidente. O questionamento se baseou também nos princípios de transparência de informações da administração pública, previstos na Constituição Federal.