Guedes alega “força maior” e falta a depoimento na Câmara para tratar de offshore
Ele deveria prestar esclarecimentos em audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e de Trabalho
Depois de ir aos EUA na semana que deveria prestar depoimento na Câmara dos Deputados sobre offshore, em meados de outubro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, cancelou a ida ao Congresso marcada para esta quarta (10) por “motivo de força maior”. Ele deveria prestar esclarecimentos em audiência conjunta das comissões de Fiscalização Financeira e de Trabalho.
Quem recebeu a justificativa do ministro foi o presidente da Comissão de Trabalho, deputado Afonso Motta (PDT-RS). Ele sugeriu que uma nova reunião ocorra na próxima quarta (17). Ainda não há definição sobre isso.
O Mais Goiás tentou contato durante esta tarde com o deputado federal por Goiás, Elias Vaz (PSB), que fez o requerimento pela comissão de Fiscalização Financeira, mas não teve retorno.
Offshore de Guedes
Vale destacar, os documentos que denunciam Guedes foram publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) no domingo (3) – inclusive, o Poder360 fez parte do grupo. Ao todo, 330 políticos, funcionários públicos de alto escalão, empresários e artistas de 91 países foram citados.
Foram 11,9 de milhões de documentos de escritórios administradores de offshores em todo o mundo acessados pelo consórcio. Na investigação, chamada de Pandora Papers, participaram 615 jornalistas de 149 veículos em 117 países: do Brasil participaram jornalistas da revista Piauí, Poder360, Metrópoles e Agência Pública.
Para quem não sabe, offshore não é ilegal, mas diferente de uma empresa convencional, é aberta em locais que cobram pouco ou nenhum imposto (paraísos fiscais). Elas gerenciam dinheiro que, quando, repatriados, devem pagar impostos.