POLÍCIA CIVIL

“Injusta e despropositada”, diz Marconi sobre operação que investiga José Eliton

Ex-governador afirma que argumentos contra o colega de sigla não passam de retórica

Quatro anos depois, Marconi e Eliton podem reeditar dobradinha ao lado de Lula (Foto: Governo de Goiás / Arquivo)

Com colaboração de Aulus Rincon

O ex-governador Marconi Perillo (PSDB) reagiu nesta quinta-feira (17), pelo Twitter, contra a operação policial que cumpriu mandados contra José Eliton (PSDB) e outros investigados em ação que apura desvio de dinheiro da Agência Goiana de Infraestrutura (Goinfra, antes Agetop). “É absolutamente injusta e despropositada. José Eliton é um homem probo e decente, um bom administrador sempre preocupado com o erário”, afirmou o tucano.

Vale lembrar, a Polícia Civil cumpriu na terça-feira (15), 12 mandados de busca e apreensão em casas e outros endereços de empresários e de servidores da antiga Agetop. Investigações conduzidas pela Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (DECCOR) apuram irregularidades em uma obra de pavimentação asfáltica, contratada em 2013, que teria provocado um prejuízo de R$ 46 milhões aos cofres do Governo de Goiás.

Durante a operação, foram apreendidos documentos, celulares e discos rígidos de computadores. No apartamento de um dos investigados, os policiais encontraram dois envelopes, ambos escondidos em uma planta, que tinham dentro R$ 135 mil, e US$ 3.800 em cédulas.

De acordo com o delegado Luiz Gonzaga Júnior, adjunto da DECCOR, o contrato, repleto de irregularidades, foi executado dentro da Agetop, entre 2013, e 2018. “As investigações apontam que dois núcleos foram criados dentro daquela agência, um político e outro financeiro, que permitiram que uma empresa privada recebesse pela realização de uma obra que teria que ser executada por quem de fato ganhou a licitação e que, ao longo dos anos, foi totalmente descaracterizada e superfaturada, provocando um prejuízo de R$ 46 milhões”, descreveu.

A contratação, ainda de acordo com o delegado, teria sido para a execução de uma obra na GO-230, entre Água Fria e Mimoso de Goiás, que sequer foi executada. Ao final das investigações, os suspeitos podem ser indiciados por peculato, organização criminosa, superfaturamento e descaracterização de contratos, bem como por lavagem de dinheiro.

Marconi também rebateu o suposto superfaturamento nas gestões passadas. “Ironicamente, enquanto alguns setores da Polícia Civil do Governo Caiado optam pela alegação de superfaturamento de obras, sustentando que esta prática ocorreu em outro momento, a Polícia Federal, por seus técnicos, na parte que lhe compete, conclui exatamente o contrário.”

Segundo ele, a PF diz que que não houve qualquer superfaturamento, “tornando evidente que os argumentos utilizados para ato tão injusto contra o ex-governador não passam de retórica”. Para Perillo, a operação é política.

No dia da operação, José Eliton também se mostrou indignado com as apreensões realizadas pela Policia Civil no escritório, e na casa dele. Mesmo sem sequer ter sido citado nas investigações, o ex-governador teve apreendidos um HD de computador, e o aparelho celular de uso pessoal.