COLUNA DO JOÃO BOSCO BITTENCOURT

Insatisfeitos com terceirização, funcionários da Comurg fazem operação tartaruga

Servidores atrasam serviço e furam escalas de trabalho em protesto contra o repasse da coleta de lixo para consórcio privado. Lideranças de oposição influenciam movimento, de olho nas eleições de outubro

Servidores da Comurg na Câmara (foto Câmara Municipal)

Nos últimos dias, o acúmulo de lixo em alguns bairros de Goiânia voltou a ser assunto na cidade. Diferentemente das crises do ano passado, quando faltavam caminhões de lixo, dessa vez o problema é político. Descontentes com a terceirização do serviço da coleta – a Prefeitura de Goiânia assinou contrato com o consórcio vencedor da licitação, liderado pela empresa Quebec Ambiental, no final de março -, funcionários da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg), inflados por oposicionistas, estão realizando operação tartaruga, quando os serviços são realizados de forma muito devagar. Além da marcha lenta na coleta de lixo orgânico, servidores também estão desrespeitando a escala de trabalho, principalmente nos finais de semana.

Vale lembrar que no dia 26 de março, quando o prefeito Rogério prestou contas dos dois últimos quadrimestres de 2023 na Câmara Municipal, os funcionários da companhia lotaram as galerias e protestaram durante toda a sessão, com estímulo de um pré-candidato a vereador que estava na plateia.

A Comurg hoje é comandada interinamente por Rodolpho Carvalho, após a saída de Alisson Borges para se candidatar a vereador nas eleições de outubro. Carvalho tem trabalhado para superar o descontentamento dos servidores, e se reunirá com diretores para tomar as devidas providências, a fim de normalizar a coleta de lixo no município. Os dirigentes da Companhia e o prefeito Rogério Cruz já disseram, por várias vezes que, apesar da terceirização da coleta, não haverá demissões. Os funcionários que hoje realizam o recolhimento do lixo serão remanejados para outras áreas, já que a Comurg continuará prestando dezenas de serviços à Capital.

Atualmente, não há falta de caminhões ou estrutura para que a companhia recolha o lixo produzido em toda a cidade. A proximidade das eleições, a influência de lideranças políticas junto aos funcionários e as fake news sobre demissões, porém, são o novo empecilho para a limpeza urbana de Goiânia.