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Interferência de Carlos Bolsonaro atrapalhou filiação do presidente ao PL, diz Flávio Canedo

Presidente do PL em Goiás, contudo, acredita que filiação ainda possa ocorrer. "Leite não derramou ainda"

(Foto: Reprodução - Redes Sociais)

Flávio Canedo, presidente do PL em Goiás, disse que as divergências de Bolsonaro com a sigla e o recuo em relação à filiação ocorreram por interferência do filho do gestor, Carlos Bolsonaro – que é vereador no Rio de Janeiro. Segundo ele, Carlos é contra a ida do pai para o PL.

Questionado o tipo de interferência, Flávio não entra em mais detalhes. Contudo, ele acredita que a situação ainda pode ser revertida. “Os outros filhos, o Flávio e o Eduardo querem”, garante.

Canedo diz, ainda, que já está pacificado que Eduardo não será o presidente do PL em São Paulo, uma vez que o partido possui vários deputados pelo Estado. “O que acordamos é que o PL não apoiará o vice do atual governador João Doria”, reforçou.

“O leite não derramou ainda”, reforça Flávio sobre a filiação de Bolsonaro. “Política é feita na base do diálogo, conversa, não de imposição”, destaca otimista sobre a possibilidade de manutenção da filiação. Segundo ele, o partido se reunirá com Bolsonaro, assim que ele retornar do Emirados Árabes Unidos.

Articulação para filiação de Bolsonaro

O presidente do PL em Goiás está em São Paulo há uma semana, tratando com o líder da sigla no País, Valdemar Costa Neto, sobre a filiação de Bolsonaro. Até a semana passada, estava certa a filiação do chefe do Executivo Nacional em 22 de novembro.

Contudo, no domingo (14), Bolsonaro disse que a filiação dependia de mais conversa. O presidente está em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, nesta segunda-feira (15).

“O casamento tem que ser perfeito. Se não for 100%, que seja 99%. Se até lá nós afinarmos pode ser, mas eu acho difícil essa data, 22. Tenho conversado com ele [Valdemar], estamos de comum acordo que podemos atrasar um pouco esse casamento, para que ele não comece sendo muito igual aos outros”, declarou o presidente no domingo.

Após a fala, o PL emitiu uma nota assinada pelo presidente Valdemar, confirmando o recuo do partido e adiamento da filiação do presidente Bolsonaro. “Após intensa troca de mensagens na madrugada deste domingo 14 com o presidente Jair Bolsonaro, decidimos, em comum acordo, pelo adiamento da anunciada cerimônia de filiação.”

E ainda: “Portanto, a data de 22 de novembro foi cancelada, não havendo, ainda, uma nova data para o compromisso de filiação.” Posteriormente, Valdemar disse, segundo o Metrópoles, que se Bolsonaro recuar da filiação, o PL estará liberado para votar como quiser na Câmara Federal. Com 43 deputados, o partido é o maior do Centrão naquele parlamento.