INEFETIVIDADE

“Intervenção torna cargo dispensável”, diz ex-secretário de Saúde de Goiânia ao deixar função

Titular entregou o cargo na última sexta-feira, mas decisão ainda não foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM)

O agora ex-secretário de Saúde de Goiânia, Pedro Guilherme Gioia de Moraes, explicou ao Mais Goiás o que levou a sua decisão de entregar o cargo, conforme notíciado em primeira mão pelo portal. O gestor destacou que a intervenção exige um modelo de gestão centralizado, no qual o cargo de secretário seria dispensável neste momento crítico.

A intervenção foi decretada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) na última segunda-feira (9) e, desde então, Márcio de Paula Leite tem articulado os rumos da Saúde na capital. “Diante do atual processo de intervenção, acredito que a figura do secretário se torna dispensável. A secretaria enfrenta um momento desafiador que exige decisões rápidas, objetivas e centralizadas. Para isso, é fundamental contar com um único tomador de decisões, evitando fluxos diferenciados ou dispersos que comprometam a agilidade na resolução dos problemas”, afirmou Pedro Guilherme ao portal.

A saída foi decidida na última sexta-feira (13), após uma conversa com o interventor Márcio de Paula Leite. Pedro foi o terceiro titular da pasta em menos de uma semana antes da intervenção. Trata-se de ato contínuo em uma decisão tomada após a intervenção no órgão ter sido decretada pelo Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) a pedido do Ministério Público de Goiás (MPGO). 

Conforme fontes ligadas à equipe de transição, o ex-secretário avaliou que não teria uma função efetiva no quadro intervencionista, indicado pelo governador Ronaldo Caiado (UB), depois de ouvir o prefeito eleito, Sandro Mabel (UB), o que foi determinante para sua saída.

Crise na saúde

Pedro Guilherme foi o terceiro titular da pasta em menos de uma semana antes que a intervenção fosse oficializada. A crise na saúde municipal, marcada por problemas administrativos, atraso nos pagamentos e falhas no abastecimento de medicamentos, culminou na intervenção solicitada pelo Ministério Público Estadual e aprovada pela Justiça.

A prisão de Wilson Pollara, uma passagem relâmpago da sucessora, Cynthia Mathias – que ficou apenas sete dias à frente da pasta – e uma declaração do próprio Pedro, que em uma entrevista relatou dificuldades em executar pagamento, expondo uma situação de calamidade financeira na pasta, motivaram o pedido de intervenção pelo MP.

A gestão da saúde de Goiânia está agora sob o comando do interventor Márcio de Paula Leite, que lidera um gabinete de crise com representantes do Estado, do Ministério Público e da Secretaria Municipal de Saúde. O objetivo é estabilizar o sistema e preparar o terreno para o início da gestão de Sandro Mabel, em janeiro de 2025.

A equipe de transição do prefeito eleito destacou que o foco no momento é garantir o funcionamento básico das unidades de saúde e viabilizar as primeiras ações do novo governo. Para o futuro titular da Saúde, Luiz Gaspar Pellizer e o secretário de Saúde de Goiás, Rasível dos Reis, é possível que toda a crise já esteja controlada dentro da primeira quinzena de janeiro.