Iporá está sem chefe do Executivo para deliberar políticas públicas, diz vice
Maysa Peres Cunha cita que Câmara Municipal optou por ela não assumir pelos próximos 15 dias. “É um município que funciona com o restinho de combustível que tem e não tem como colocar mais"
A cidade de Iporá está sem chefe do Executivo para deliberar políticas públicas. “É um município que funciona com o restinho de combustível que tem e não tem como colocar mais, se não houver a nomeação de um novo chefe do Executivo”, revela a vice-prefeita Maysa Cunha.
O prefeito Naçoitan Leite, vale lembrar, se entregou à polícia nesta quinta-feira (23) e está preso. Ele é acusado de invadir a casa da ex-esposa atirar contra o quarto em que ela estava com o namorado atual, no último sábado (18).
Mas de volta a vice, Maysa lembra que a Câmara Municipal votou para que ela não assumisse imediatamente e aguardasse 15 dias. Desta forma, ela explica que os secretários continuam as atividades, mas se houver uma emergência não têm o apoio do Executivo.
“A procuradoria também continua desenvolvendo algumas ações de cunho sugestivo, de aconselhamento, mas os eventos políticos estão desassistidos. Novas parcerias com o governo estadual e federal, desassistidas”, apresenta preocupação.
De acordo com a política, a espera de 15 dias foi uma opção dos vereadores, mas não era um dever. O Mais Goiás tentou contato com o presidente da Câmara, Adriano Sena, mas não teve retorno.
Violência política
Maysa também revelou ao Mais Goiás que sofreu violência política no cargo. Ela afirma que não foi “participada de qualquer planejamento e nem de execuções” relacionadas ao mandato. “Não sou convidada para eventos e não sou valorizada intelectual e politicamente como mulher.”
De acordo com ela, existe uma repressão a liberdade dela se expressar. A vice-prefeita ainda declarou que tentou conversar com o prefeito em, pelo menos, quatro ocasiões, mas sem resultado. A última ocorreu há aproximadamente 5 meses.
Sobre denunciar a postura do gestor, ela afirma que não o fez por questões éticas, uma vez que é vice-prefeita. Também afirmou que conhece o “comportamento” dele, mas não adentrou o assunto. “Mas não deixei de atuar na minha área como assistente social. Continuei com todo o afinco desenvolvendo projetos sociais”, arrematou.
Sobre o caso
Em relação ao caso, a vice-prefeita publicou uma nota em suas redes sociais. Confira:
Eu, Maysa Cunha, Vice-prefeita de Iporá, repudio veementemente a atitude do senhor Naçoitan Araujo Leite, prefeito da nossa querida Iporá. Lamento profundamente e reitero minha posição firme em defesa dos princípios éticos e da justiça.
Expresso minha indignação diante à Violência contra a Mulher, em nosso município, conduta que é inaceitável, repugnante e ação negativa por parte de quem deveria dar exemplo à sociedade.
Por ser mulher, compreendo a gravidade da tentativa de Feminicídio e sou solidária à vítima. A Lei 13.104/2015, promulgada há oito anos, é um marco no combate à agressões contra as mulheres no Brasil.
Ressalto a importância de uma sociedade que desaprova atitudes violentas e se empenha na construção de uma comunidade mais segura e res-peitosa. Espero que essa ignorância não se repita em nossa cidade I poraense!
Estou e estarei sempre atuante no executivo e preservarei pela empatia, honestidade, saúde do nosso povo e progresso de Iporá.
A mim, cumpre o dever de estar em sintonia com o governo do Estado de Goiás, requisitando segurança à altura que nossa população merece.
Reitero o meu compromisso com a ética e defesa dos direitos das mulheres, destacando a importância da minha representatividade comprometida com os valores morais e responsabilidades adminIstrativas públicas.”