Iris continua a ser “conselheiro” do MDB depois de aposentado, diz presidente do partido
"Os conselhos têm muito valor e para quem lê, um pingo é letra”, diz Carlos Júnior
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende se aposentou da política em 2020, mas nunca deixou de ser um conselheiro do MDB, garante o presidente metropolitano da sigla, Carlos Júnior. O gestor, que foi internado nesta sexta-feira (6) e passa por uma cirurgia no Hospital Neurológico por causa de um AVC hemorrágico, continuava a receber a visita de correligionários e até membros de outras legendas.
Segundo Carlos, contudo, Iris é um homem de partido e jamais influenciaria em uma decisão contra uma candidatura própria, em 2022, por exemplo – tanto que não fez em 2018, apesar da amizade e carinho pelo governador Ronaldo Caiado (DEM). “Jamais iria contra uma candidatura do MDB.”
Vale lembrar, as especulações são que o MDB se aproxime do governo, em 2022. Iris seria parte importante nesse cenário, uma vez que tem proximidade com Caiado. “Iris é um conselheiro do MDB. As pessoas o escutam. E a vida inteira ele disse que iria aconselhar, mas que quem decidiriam seriam aqueles que estão militando. Ele está aposentado. Inclusive, não pediu voto para Maguito, no ano passado”, lembrou Carlos. “Mas os conselhos têm muito valor e para quem lê, um pingo é letra”, deixa no ar.
Internação
O ex-prefeito de Goiânia Iris Rezende (MDB) vai passar por uma cirurgia, nesta tarde de sexta (6), por causa de um AVC hemorrágico. O emedebista foi internado no Hospital Neurológico, hoje, após acordar com leve dor de cabeça.
Segundo a assessoria do político, o quadro foi constatado no hospital. Ele está acompanhado da filha, Ana Paula, além de outros familiares.
Segundo Carlos Júnior, tudo que for dito neste momento é especulação. Ele, contudo, está otimista, uma vez que o prefeito chegou consciente no hospital.
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Aposentadoria
Era por volta de meio dia de uma terça, 25 de agosto, quando Iris Rezende anunciou sua aposentadoria à imprensa, no Alphaville Park Hotel, em Goiânia. “Encerro minha carreira política construída há mais de seis décadas”, disse frustrando os desejos de aliados pela reeleição, mas que abriram caminho para a candidatura do prefeito eleito Maguito Vilela (MDB), que faleceu em janeiro em decorrência da Covid-19.
“Ficamos sensibilizados pelas manifestações de apoio para almejarmos um quinto mandato nas eleições desse ano. Manifestações espontâneas, de muito carinho. Contudo, aqui estou para, de maneira oficial, afirmar que não serei candidato no pleito que se aproxima”, completou Iris, à época.
Do lado de Iris, naquele dia, estavam: o presidente do MDB Goiás, Daniel Vilela, o presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), o senador Luiz do Carmo (MDB), o então secretário de governo Paulo Ortegal, o ex-governador Maguito Vilela, além de outras autoridades.
Dias depois, aliados pressionavam pelo retorno do líder político – que já tinha ocorrido em outras ocasiões -, mas ele se mostrou inflexível. A assessoria dele afirmou que as manifestações com o objetivo de demovê-lo da ideia de se aposentar não surtiriam efeito, porque “a decisão já está apresentada”.