Iris Rezende é criticado por não comparecer a reunião da CEI das contas da prefeitura
A presidente da Comissão, Priscila Tejota, alegou que “estão tentando colocar a sujeira para baixo do tapete”. O relator Jorge Kajuru disse que essa atitude é “desrespeito com a sociedade goianiense”
O prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), recebeu críticas por não comparecer à reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) realizada na tarde dessa quarta-feira (12) na Câmara Municipal de Goiânia. O chefe do Executivo foi convidado para prestar esclarecimentos sofre as finanças da capital no período de 2008 a 2016, que abrange gestões dele e de Paulo Garcia.
Iris foi representado por Oseias Pacheco, titular da Secretaria Municipal de Finanças (Sefin). A ausência do prefeito causou certa revolta nos titulares da Comissão e ao relator, Jorge Kajuru (PRP). A vereadora e presidente da Comissão Priscila Tejota (PSD) criticou a falta do prefeito e afirmou que a atitude dava impressão de descaso com o Município. “Fica a sensação de que estão querendo varrer a sujeira para debaixo do tapete, assim como a sensação de que existe uma continuidade na administração Iris Rezende-Paulo Garcia. Só mudou o gestor”, declarou.
Kajuru também se manifestou sobre o não comparecimento do prefeito: “É um desrespeito de um homem público não apenas com a CEI ou com o Poder Legislativo. É, sobretudo, uma falta de respeito com a sociedade goianiense.”
Representação
Oseias Pacheco participa da administração pública de Goiânia desde 2008, tendo exercido as funções de Diretor de Contabilidade e Chefe de Gabinete da Sefin. O secretário afirmou que a gestão atual tem repassado regularmente os recursos destinados ao Instituto de Previdência do Servidor Municipal (IPSM), ao Instituto de Assistência à Saúde e Social dos Servidores (IMAS) e efetuado o pagamento de todos os fornecedores da prefeitura.
Quanto às dívidas da gestão de Paulo Garcia, Oseias disse que estão sendo pagas “na medida do possível”. Sobre a chamada Conta Única – em que todos os recursos, independentemente de suas origens vão para uma única conta -, afirmou que, embora criada em 2014, não está sendo utilizada nessa gestão, por ser considerada um “artifício doloso e errado”.
Quando Kajuru questionou o secretário sobre os contratos firmado na gestão de Iris em 2005 e 2008 com a construtora Delta – do contraventor Carlos Cachoeira – Oseias não soube responder. Dois contratos foram firmados, um para a construção de viadutos na Avenida 85, no valor de R$ 18 milhões e outro no valor de R$ 13 milhões para locação de veículos. Além disso, um termo aditivo foi firmado entre a prefeitura e a construtora no valor de R$ 2 milhões e 300 mil reais.
O secretário de Controle Externo no Tribunal de Contas dos Municípios, José Carlos Bizinoto, foi convidado por Kajuru para participar da Comissão. Bizinoto informou que os repassaes de recursos não descritos na folha de pagamento dos servidores para o IPSM durante a antiga gestão de Iris (2008 e 2009) tiveram “irregularidade mínimas” e não houve rejeição das contas da prefeitura neste período.
Entretanto, na gestão de Paulo Garcia de 2011 a 2015, houve a “prática contínua” de descontar os recursos nos salários dos servidores e não fazer o devido repasse, declarou. “Na minha opinião, isso configura o crime de apropriação indébita”, pontuou Bizinoto.
Participaram da reunião Milton Marcês (PRP) no lugar de Zander Fábio; Jair Diamantino (PSDC), Tiãozinho Porto (PROS), Kleybe Morais (PSDC), todos membros da CEI, e também os vereadores Juarez Lopes (PRTB), Izídio Alves (PR), Carlin Café (PPS) e Vinícius Cirqueira (PROS)