JULGAMENTO

Jataí: Em 22 horas, júri condena mandante e executor de morte de jovem

As penas deverão ser cumpridas em regime inicialmente fechado

Juri popular
Juri popular durou quase um dia (Foto: Reprodução)

Em um júri popular que durou aproximadamente 22 horas, o Ministério Público de Goiás (MPGO) decidiu, nesta quarta-feira (24), em Jataí pela condenação dos acusados Fabiano Antônio Falquetto além de Diego Vitor Alves Marçal pela morte da jovem Tátila Cristina Marçal da Silva, de 24 anos.

Fabiano foi condenado a 27 anos e 5 meses de prisão, enquanto Diego recebeu pena de 18 anos, 10 meses e 15 dias. As penas deverão ser cumpridas em regime inicialmente fechado.

Com requintes de crueldade, o crime ocorreu em abril de 2014 e na época teve bastante repercussão, já que a vítima foi sequestrada e morta sob a encomenda do próprio namorado, Fabiano, com quem ela se relacionou por três anos.

De acordo com a denúncia oferecida pelo MP no dia 14 de abril de 2014, por volta das dez da noite, Tátila foi sequestrada por Diego, com a ajuda de um terceiro – que hoje se encontra morto – , próximo à sua residência. Segundo a peça acusatória, elaborada pelo promotor Paulo Brondi, a jovem foi conduzida até Goiânia em um carro pertencente a Fabiano, que havia contratado os dois homens pelo valor de R$ 4 mil. Eles deveriam matar a namorada, devido a um suposto desentendimento na relação.

Ainda segundo relatado na denúncia, após passarem a noite junto com a vítima em um hotel na Avenida Anhanguera, em Goiânia, os criminosos, sob a indicação de um menor que estava encarregado de revender o carro, levaram Tátila até uma pedreira, em Aparecida de Goiânia, onde cometeram o crime. No local, Diego teria usado uma arma de fogo para atirar no rosto da vítima. A jovem faleceu na hora.

Apenas três dias depois do assassinato é que Tátila foi encontrada. O revólver, calibre 32, nunca foi localizado. Além do tiro, o laudo cadavérico apontou ainda lesões na região do tronco da jovem, provocadas por um instrumento cortante.

O MP, diante da confissão de Diego ao longo do processo de investigação e da convicção de autoria intelectual do crime por parte de Fabiano (que segue negando participação na morte da namorada), ofereceu a denúncia contra ambos.

O promotor de Justiça Lucas Otaviano da Silva, titular da 6ª Promotoria de Justiça de Jataí, que atuou no júri com o apoio do promotor Luís Gustavo Soares Alves, esclareceu que, devido à forma como Tátila foi abordada pelos dois homens, um, inclusive, portando uma arma, ela não teve nenhuma possibilidade de defesa.

Assim, o júri popular condenou Fabiano e Diego. Durante o julgamento, Fabiano negou a mentoria e a contratação da morte de Tátila. Já Diego, reafirmou a confissão e chegou a pedir perdão à mãe da vítima que estava presente ao julgamento. As penas deverão ser cumpridas em regime inicialmente fechado.