Operação Confraria

Jayme Rincón e presos da Operação Confraria são soltos

Ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop) e outros três servidores comissionados do Estado de Goiás que foram presos pela Polícia Federal foram liberados na madrugada desta terça-feira

O ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, e outros três servidores comissionados do Estado de Goiás que foram presos pela Polícia Federal na manhã da última quinta-feira (06) foram soltos na madrugada desta terça-feira (11). Segundo a Polícia Federal, eles foram liberados porque venceu o prazo da prisão temporária.

Foram soltos ex-presidente da Agetop, Jayme Rincón; o presidente da Codego, Júlio Vaz, o presidente da Comissão de Trabalho da Codego, Márcio Gomes Borges, e a sua esposa Meire Cristina Rodrigues Borges,que é assessora especial da governadoria do estado. Eles são suspeitos de envolvimento em crimes de lavagem de dinheiro por meio de contratos ilícitos.

O quarteto foi preso durante a Operação Confraria, que investiga uma organização criminosa que atuava na cobrança, recebimento e ocultação de valores indevidos no âmbito da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). A ação é um desdobramento da Operação Cash Delivery, que prendeu, em outubro deste ano, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

Ainda de acordo com PF, mesmo com a soltura dos envolvidos na operação, as atividades de investigação da operação continuam.

Em nota,  a defesa de Jayme Rincón informou que demonstrou indignação com a sua prisão temporária e que ela foi foi decretada “se valendo de fatos que não foram investigados” e que já haviam sido esclarecidos em depoimentos dos proprietários dos imóveis e documentos juntados. “A falta da necessidade de manutenção da prisão, corroborou todos os argumentos já apresentados pela defesa. Desde o princípio, a defesa de Jayme Rincón, valendo-se de todas as suas garantias constitucionais, sempre o colocou à disposição da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e do Poder Judiciário, demonstrando, inclusive, respeito às referidas instituições”, diz o texto.

Operações

A Operação Cash Delivery foi desencadeada no dia 28 de setembro e teve Perillo como alvo. O que motivou a apuração policial foram delações premiadas de executivos da Odebrecht. Eles afirmaram ter repassado R$ 12 milhões para campanhas de Marconi em 2010 e 2014, em troca de favores no governo. Para a PF, o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, era quem recebia os recursos em nome de Perillo, que é apontado como chefe do esquema.

No dia 28 de setembro, além de checar endereços do tucano, agentes também prenderam Jayme Rincon, coordenador de campanha do governador derrotado nas eleições deste ano, José Eliton (PSDB). Rincón foi colocado em liberdade no dia 5 de outubro, por decisão do desembargador federal Cândido Ribeiro.

Também foi preso motorista de Jayme, o policial militar Márcio Garcia de Moura. Na casa dele, a polícia encontrou maços de dinheiro em espécie. O filho de Jayme, Rodrigo Godoi Rincon também está entre os investigados. Ele foi colocado em liberdade por um habeas corpus, concedido no dia 3 de outubro. O ex-policial militar e advogado Pablo Rogério de Oliveira e o empresário Carlos Alberto Pacheco Júnior também foram detidos. Apenas Márcio Garcia de Moura continua preso.

A Operação Confraria se deu após os investigadores descobrirem que um dos servidores da Codego manteve contato com os policiais militares presos na Cash Delivery. Eles eram os responsáveis pelo transporte do dinheiro ilícito da Odebrecht para a campanha do ex-governador de Goiás