João Doria volta a afirmar em sabatina que não é político
O pré-candidato ainda defendeu coalizão suprapartidária em torno de Alckmin
Pré-candidato ao governo de São Paulo pelo PSDB, o ex-prefeito paulistano João Doria diz que sua experiência eleitoral não o tornou um político profissional. Sabatinado por jornalistas da Folha de S.Paulo, UOL e SBT, o tucano afirmou que ainda se considera um gestor: “Não sou político, eu estou na política”.
No terreno da política, Doria disse que desejaria uma coalizão suprapartidária para a Presidência que unisse os candidatos de centro em torno de Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo, a nomes como Flávio Rocha, presidenciável do PRB. O partido de Rocha formalizou apoio à candidatura de Doria no estado – com isso, o empresário e ex-prefeito teria dois palanques em São Paulo.
“Eleitoralmente, Alckmin tem mais potencial e agregaria, com apoio do Rocha e PRB”, afirmou. “As forças de centro têm que se desprover de seus interesses pessoais e partidários pelo Brasil.” Em sua própria campanha, Doria disse desejar Paulo Skaf (MDB), também pré-candidato ao Bandeirantes, em sua chapa, abrindo mão de concorrer ao governo para disputar uma vaga ao Senado. Segundo pesquisa Datafolha divulgada em abril, Doria tem 29% de intenções de voto para o governo de São Paulo. Skaf tem 20%.
De sua parte, Doria diz que não desistirá de concorrer ao Bandeirantes para entrar na corrida presidencial. O candidato de seu partido, Alckmin, tem 7% das intenções de voto no Datafolha divulgado no domingo (10), pior índice de tucanos na história. “Há tempo ainda para mudar esse sentimento. O governador já participou de outras campanhas, venceu e superou”, disse Doria sobre o desempenho de Alckmin nas pesquisas. “Não há plano B. Há plano A, de Alckmin.”
Como a Folha de S.Paulo noticiou no domingo (10), Alckmin ainda não percorre cidades do interior com Doria com receio de melindrar seu sucessor no Bandeirantes, o governador Márcio França (PSB). O presidenciável tucano planeja uma agenda de inauguração de obras com o pessebista. O palanque duplo, disse Doria. não o incomoda: “Disse quando fui indicado [à candidatura] que compreendia a decisão do Alckmin. Não me cria constrangimento”.
Ao menos uma coisa, porém, o ex-prefeito faria diferente de Alckmin se ocupasse o seu lugar na presidência do PSDB: expulsar do partido o ex-governador de Minas, Eduardo Azeredo, preso em maio em decorrência do mensalão mineiro. “Tendo em vista a condenação que a Justiça fez, eu se fosse o Azeredo pediria para sair. E, não havendo pedido [para sair], o expulsaria”, disse.
Sobre o senador Aécio Neves (PSDB), réu no Supremo Tribunal Federal desde abril, afirmou que é preciso aguardar os desdobramentos do inquérito e uma eventual condenação. Doria ainda disse considerar a si mesmo diferente de outros tucanos por preferir se posicionar sobre os assuntos. Era questionado sobre a emenda constitucional, aprovada na semana passada, que eleva o teto do funcionalismo no estado -Doria afirmou que precisava avaliar a medida antes de comentá-la. “É uma nova etapa da tucanagem, que não fica em cima do muro”, comentou.