PROGRAMA

José Nelto sugere frente parlamentar em defesa da Farmácia Popular

O ministro Paulo Guedes (Economia) avalia extinguir o Farmácia Popular, com o intuito de levar…

O ministro Paulo Guedes (Economia) avalia extinguir o Farmácia Popular, com o intuito de levar o orçamento para o possível substituto do Bolsa Família, o Renda Brasil. Vice-líder do Podemos na Câmara, o deputado federal José Nelto vai propor uma frente parlamentar, a fim de evitar a extinção do programa.

Responsável por atender cerca de 21 milhões de pacientes em 2019, o programa oferece medicamentos gratuitos ou com até 90% de desconto, por meio de farmácias credenciadas pelo governo federal. Estas, cerca de 31 mi em 3.492 cidades (79% do total, segundo dados de fevereiro do Plano Nacional de Saúde), recebem o reembolso dos produtos vendidos.

“O ministro Paulo Guedes quer tirar a saúde do povo brasileiro. A gestão dele é essa, tudo para os banqueiros e nada para a população mais vulnerável. Os mais carentes continuam às margens dos planos de Guedes”, avalia Nelto, que reforça se tratar de um programa que deu certo.

Para o parlamentar, extinguir o Farmácia Popular é o mesmo que dizer “que não se importa com a vida daqueles que dependem desse programa”. Ele afirma, ainda, que isso vai impactar, a longo prazo, nos custos com a saúde. “Estamos falando de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, que dão origem a uma série de problemas de saúde muito maiores e que sairão muito mais caro para o País.”

Desmonte

Rubens Otoni, deputado federal pelo PT, também lamenta essa possibilidade. “É a continuidade do desmonte das políticas públicas construídas ao longo de anos. Acabaram com o Mais Médicos, com o Minha Casa Minha Vida, agora com a Farmacia Popular.”

Segundo ele, Guedes e Bolsonaro governam para o sistema financeiro e para as grandes corporações.

Deputado federal José Nelto (Foto: Agência Câmara)

Programa

Atualmente, 35 medicamentos são oferecidos pelas farmácias credenciadas. Destes, 20 são gratuitos.

São medicamentos para hipertensão (pressão alta), diabetes, asma, dislipidemia (colesterol), rinite, doença de Parkinson, osteoporose e glaucoma. Os descontos também se aplicam a contraceptivos e fraldas geriátricas.

Na reportagem, Guedes acredita que o programa é ineficiente na área econômica por contemplar todas as pessoas, independente de renda. Criado em 2004, o orçamento do Farmácia Popular para este ano é de R$ 2,5 bi. R$ 1,5 bi já foram pagos.