Juiz que mandou prender Baldy é “candidato” a vaga no STF
Mundo político enxerga, no juiz Marcelo Bretas, interesse em agradar Bolsonaro com prisão de um aliado de Doria e Maia
Líderes de partido viram, na prisão do ex-deputado federal por Goiás Alexandre Baldy, outra ação midiática de Marcelo Bretas para esculachar a política e os políticos, a exemplo do que o juiz já havia feito com o ex-presidente Michel Temer. O entorno de Temer e os amigos de Baldy, hoje secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, apontam a motivação: Bretas explicitou a sua “candidatura” a ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O juiz da Lava-Jato é “terrivelmente evangélico”, se identifica com o presidente Jair Bolsonaro e agora manda prender um secretário de João Doria, governador de São Paulo, que é muito próximo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM).
O incômodo do mundo político é o de que a detenção temporária foi um exagero e um constrangimento desnecessário, porque os fatos investigados são antigos e Baldy tem endereço fixo, família e emprego. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que, ao sair da cadeia, Baldy será aconselhado por interlocutores a reagir no estilo de Michel Temer: ir para o embate político.
Os amigos de Baldy comemoraram ao menos o fato de que a família dele não estava em casa no momento da operação. Foi na casa de Baldy, em Brasília, o jantar mais concorrido às vésperas da eleição para presidência da Câmara, em fevereiro do ano passado.