Justiça aceita denúncia de corrupção passiva contra Marconi
Para advogado, iniciativa é ato mecânico e não traz novidade. A denúncia foi feita em 2017 e agora o processo tramita em primeira instância
Foi determinada, no dia 6 de agosto, a abertura de ação penal contra o ex-governador de Goiás e candidato ao Senado, Marconi Perillo (PSDB), pelo crime de corrupção passiva. Em nota, o advogado de Perillo afirmou que “o recebimento da denúncia contra o ex- governador Marconi é um ato, infelizmente, quase mecânico e automático”, afirma Carlos Augusto de Almeida Castro, conhecido como Kakay.
A denúncia foi apresentada ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) em março de 2017. Apenas em abril deste ano ela foi remetida para a primeira instância, depois que Perillo deixou a governadoria para disputar o pleito de 2018. Agora, o juiz da 8ª Vara Criminal de Goiânia, Ricardo Prata, aceitou a denúncia.
Na acusação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) aponta que Perillo teria recebido R$ 90 mil da empreiteira Delta Construções entre 2011 e 2012, quando ainda estava à frente do governo.
O recebimento seria feito via empresas de fachada para quitar dívidas de campanha em 2010. A denúncia inicial incluía Carlinhos Cachoeira, Fernando Cavendish e um ex-executivo da Delta. A ação contra o candidato ao Senado Federal foi desmembrada pelo STJ porque somente ele possuía foro privilegiado, por isso, o caso tramita em 1ª instância.
A PGR afirma que os contratos da Delta Construções com o governo saíram de R$ 5 milhões para R$ 70 milhões depois que o ex-governador assumiu o cargo. A investigação ainda constatou que Perillo teria garantido a assinatura de dois termos aditivos a um contrato do Estado com a Delta, além da liberação de desembolsos para a empresa.
“Nos Tribunais há uma possibilidade de discussão das denúncias e muitas vezes as Denúncias não são recebidas. O mesmo não ocorre em primeira instância. No caso concreto não há qualquer fato novo relacionado ao processo”, completa Kakay.