Justiça bloqueia R$ 10,5 mi do deputado Iso Moreira em investigação de desvio de verba
Sócios se revezavam na gerência do Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, para manter o fornecimento de combustíveis por meio de contrato com a prefeitura municipal
A Justiça de Alvorada do Norte, ao acatar uma ação de improbidade administrativa proposta pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) no âmbito da Operação Zaratustra, bloqueou cerca de R$ 10,5 milhões das contas do deputado estadual Iso Moreira (DEM) e de outros envolvidos num esquema de desvio de dinheiro público da Prefeitura de Alvorada para um posto de gasolina da família de Moreira.
Conforme o MP-GO, sócios se revezavam na gerência do Posto Serra Bonita, em Alvorada do Norte, para manter o fornecimento de combustíveis por meio de contrato com a prefeitura municipal. A intenção era mascarar a relação de propriedade da família de Iso Moreira com o contrato com o município. A apuração culminou com a deflagração da Operação Zaratustra, na manhã desta quinta-feira (3).
Ao Mais Goiás, o promotor de Justiça Douglas Fleury informou que foram feitas buscas na residência do deputado e de seus assessores, além do ex-prefeito de Alvorada. “Nós temos convicção de que aconteceu, inclusive temos várias provas nesse sentido. É desvio de dinheiro público naquele posto de gasolina que a família dos Moreira tem há muito tempo”, afirmou Fleury.
Segundo o MP-GO, entre junho de 2008 e agosto de 2009 Humberto Carlos Teixeira, um dos sócios do posto à época, conferiu amplos, gerais e ilimitados poderes da sociedade ao deputado Iso Moreira e ao então prefeito, Alessandro Moreira. Com isso, há indícios de que ambos “sempre tiveram por trás de todas as contratações públicas que envolveram o posto”.
Ainda de acordo com o promotor, após as investigações promovidas na Operação Zaratustra, que incluiu a apreensão de computadores e documentos, uma ação foi apresentada ao juízo de Alvorada do Norte.
Na decisão, o juiz Pedro Henrique Guarda argumentou que “causa estranheza a relação familiar, funcional e financeira entre os sócios e ex-sócios” e determinou o bloqueio de R$ 10,5 milhões das contas de Iso Moreira e dos outros cinco envolvidos: Aloísio Moreira dos Santos Júnior e Alessandro Moreira dos Santos, filhos dos deputado, Carlos Alberto Alves Dourado e Humberto Carlos Teixeira, assessores e David Moreira de Carvalho, ex-prefeito.
A reportagem do Mais Goiás entrou em contato com a assessoria do deputado Iso Moreira sobre o caso e aguarda um retorno. O espaço permanece aberto.