Justiça manda retirar das redes boatos contra Manuela D’Ávila em Porto Alegre
Há postagens que usam uma fotografia de Manuela aos 15 anos, acompanhada do seu pai, insinuando que era seu namorado
A Justiça Eleitoral determinou na última segunda-feira (9) que Facebook, Instagram, Twitter e YouTube retirem do ar meio milhão de compartilhamentos de conteúdo falso contra Manuela D’Ávila (PCdoB), candidata à Prefeitura de Porto Alegre. Manuela lidera as pesquisas eleitorais na capital gaúcha.
A decisão do juiz Leandro Figueira Martins deu 24h para as empresas retirarem os boatos dos seus sites. A defesa da coligação de Manuela ajuizou dez ações, cada uma referente a um conteúdo inverídico.
Há postagens que usam uma fotografia de Manuela aos 15 anos, acompanhada do seu pai, insinuando que era seu namorado. A candidata chegou a comentar, no seu perfil do Instagram, o ataque sofrido.
“Esses dias eu postei essa foto de quando fiz quinze anos, abraçada em meu pai. Eu tenho muito orgulho da menina que fui e de como transformei em luta e amor toda a dor causada pela violência que as meninas/mulheres gordas sofrem”, disse.
Outra publicação faz montagens para parecer que Manuela possui tatuagens no corpo das lideranças comunistas históricas Che Guevara e Lênin, o que é falso. Entre os boatos, há também a falsa conexão entre Manuela e Adélio Bispo, que cometeu um atentado contra Jair Bolsonaro, então candidato a presidente, em 2018.
Uma postagem afirma que Manuela trocou “o crucifixo no ânus por um escapulário católico” e “roupas recatadas”. Em outra, que ela disse que o “cristianismo vai desaparecer”.
No total, as postagens somam 529.075 compartilhamentos.
Procurado pela reportagem, o Twitter informou que suas medidas estão indicadas nos Tweets”. O Facebook é dono do Instagram, que também cumprirá as decisões. A reportagem procurou também o YouTube para que comentem se a decisão será cumprida, mas ainda não obteve retorno.
Segundo Lucas Lazari, advogado da coligação de Manuela, o rito adotado pela Justiça Eleitoral permite uma resposta mais rápida porque as plataformas são notificadas digitalmente, o que acelera a remoção do conteúdo. Para Lazari, o mesmo procedimento poderia ser adotado pela Justiça comum, para evitar a prolongação dos danos das informações falsas.