Justiça manda soltar prefeito de São Simão, preso por importunação sexual
Segundo a defesa, expectativa da acusação era que prefeito se tornasse um novo João de Deus
Com a colaboração de Alexandre Bittencourt
O Tribunal de Justiça de Goiás mandou soltar o prefeito afastado de São Simão, Francisco de Assis Peixoto (PSDB), nesta quinta-feira (2). Francisco estava preso desde o dia 28 de julho, acusado de importunação sexual e de divulgar pornografia envolvendo criança ou adolescente. Assis está preso no Núcleo de Custódia, em Aparecida de Goiânia.
A decisão sobre o habeas corpus teve relatório da desembargadora Carmecy Rosa Maria Alves de Oliveira, que foi acompanhada de forma unânime pelos demais magistrados.
Edemundo Dias, advogado do prefeito, disse ao Mais Goiás que a unanimidade da decisão deixa a defesa satisfeita. Segundo ele, o habeas corpus foi impetrado na semana passada, com julgamento iniciado na quinta (26 de agosto). Contudo, a desembargadora relatora pediu vistas antes de proferir a decisão nesta data.
“Na verdade, o que fizeram foi prender para depois investigar”, disse o advogado. Ele afirma que a acusação imaginou que seria um caso no qual várias outras acusações surgiriam, mas isso não ocorreu. “Houve uma espetacularização. A expectativa da acusação é que o prefeito se tornasse um novo João de Deus.”
Segundo o Edemundo, o processo traz duas acusações: a de um jornalista (Luís Manuel Araújo) e de um menor. “Mas tudo que foi dito e que teria vídeos está apagado. Só aparece nas mídias a parte do prefeito, e são editadas.”
Por fim, o advogado declara que o prefeito ainda tem o mandato, mas segue licenciado. “Há contra ele um processo de impeachment, mas este permite o contraditório. Ele terá a chance de provar sua inocência em liberdade [na acusação de importunação sexual] e também na questão política, em liberdade”, diz sem negar que houve prejuízo na imagem do gestor.
Caso do prefeito de São Simão
Durante a prisão, em 28 de julho, foram cumpridos também três mandados de busca e apreensão. Participaram da operação 4 promotores de Justiça, 4 delegados da Polícia Civil e 12 policiais civis. O Centro de Inteligência do MP-GO apoiou a operação.