"Coagido"

Liminar que liberou Wesley Batista da CPI fala em ‘condução coercitiva’

Comissão investiga benefícios fiscais e créditos outorgados concedidos às empresas no Estado. Deputados afirmaram que vão recorrer da decisão

Mesmo com outros diretores da JBS, deputado quer Wesley Batista Filho na CPI dos Incentivos

Wesley Mendonça Batista Filho não pode ser conduzido coercitivamente à Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). É o que consta na liminar que garantiu ao empresário o direito de não comparecer à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Incentivos Fiscais nesta segunda-feira (14).

A decisão, assinada pela desembargadora Sandra Regina Teodoro Reis, afirma que, na condição de investigado, Wesley tem direito a permanecer em silêncio “em decorrência da prerrogativa contra autoincriminação”. Da mesma forma, na condição de testemunha, não pode ser obrigado a depor sobre fatos que envolvam o pai dele.

A limar destaca, ainda, que o empresário da JBS pode comparecer por livre e espontânea vontade à CPI. Entretanto, ele tem a garantia de permanecer em silêncio, não assinar termo de compromisso, ser acompanhado por advogado e ser tratado com “urbanidade e respeito” pelos deputados. Caso isso não aconteça, ele tem o direito ainda de sair do recinto sem que seja imposta qualquer medida “restritiva de direito ou privativas de liberdade”.

Sem Wesley

A ausência do empresário gerou repercussão entre os parlamentares. O deputado Vinícius Cirqueira (Pros), afirmou que a CPI deve recorrer para que Wesley seja convocado em outro momento. O posicionamento foi endossado pelo presidente da Comissão, Álvaro Guimarães (DEM) e o relator, Humberto Aidar (MDB).

Antes do final da sessão, foram convocados os representantes das empresas Mitsubishi e Caoa.

CPI dos Incentivos

A comissão, iniciada em março deste ano, investiga os benefícios fiscais e créditos outorgados concedidos às empresas no Estado. Presidido por Álvaro Guimarães, o colegiado foi idealizado por Humberto Aidar.

No fim do semestre legislativo passado, a CPI foi prorrogada em mais 90 dias. Ao todo, foram enviados, aos 100 CNPJs que mais receberam os benefícios, notificações para prestação de contas acerca dos incentivos e contrapartidas. Aqueles que não o fizerem, estarão sob suspeita e poderão ser chamados à comissão.