Disputa

Lira questiona liberdades de Baleia: ‘Até que entreguem os cargos, são governo’

Candidato apoiado por Jair Bolsonaro ironiza participação do MDB na administração pública

PGR pede para STJ manter condenação que pode tirar mandato de Lira (Foto: Maryanna Oliveira/Câmara dos Deputados)

Apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro na disputa à presidência da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL) questionou nesta terça-feira (29) uma das credenciais apresentadas pelo seu principal adversário na eleição que ocorrerá em fevereiro: a independência de Baleia Rossi (MDB-SP). Em entrevista à rádio CBN, o parlamentar do PP disse que, até que o emedebista resolva entregar os cargos que possui no governo, será um candidato da “base”.

— Continuo a dizer que, até que o MDB entregue as lideranças do governo no Senado e no Congresso, até que os seus deputados entreguem todos os cargos que têm na administração pública nos estados e no governo federal, que o líder Baleia entregue a Secretaria Nacional de Habitação, eles são tão governo como qualquer partido de centro. Todos são da base — disse Lira.

O parlamentar falou sobre o assunto quando questionado qual seria a sua postura como presidente da Câmara. Lira afirmou que seria independente, mas falou sobre as ligações dos partidos de centro com o governo. No caso específico do MDB, se referiu a Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo no Senado, Eduardo Gomes (MDB-TO), líder do governo no Congresso, e o secretário nacional de Habitação do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), Alfredo Eduardo dos Santos.

— O que tenho a dizer é que minha independência não é temporária. A Câmara não aceita um presidente líder do governo. Mas também não aceita um presidente que trava a pauta do Brasil — disse Lira, em recado ao atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Lira disse ainda que a eleição não será de um bloco contra o outro, mas voto a voto. Também citou a indefinição do PT, que ainda não declarou apoio a Rossi, apesar de sinalizar o alinhamento ao bloco do emedebista.

— Do lado de lá, não conseguem nem fechar nome de candidato.

Arthur Lira prometeu ainda que, caso eleito, irá reunir o colégio de lideres com frequência, o que Rodrigo Maia não faz, segundo ele.

— O presidente da Casa não é maior que a instituição, pelo contrário, ele tem que defendê-la. Não vou engavetar reformas.