Lula quer nascer de novo
Dois eventos com militância animam Lula e PT. A imagem é de que o povo quer a volta do líder.
Bastaram dois momentos, um com a turma do MST e outra com professores ligados à CUT. E pronto! Acabaram-se os problemas e o grande líder Lula é alçado, novamente, ao posto de candidato à presidência da República. Retrato do atraso que vive a nossa política. Com um detalhe: Lula continua sendo o maior líder vivo da nossa política.
Mas, vamos lá. Desde 1989, quando foram retomadas as eleições presidenciais, o PT é o único partido que lançou candidato em todos os pleitos. Obrigação de casa para todo e qualquer partido político. Só que foi Lula em 1989, em 1994, em 1998, em 2002 e em 2006. Foi com Dilma em 2010, porque Lula estava impedido pela lei. Foi de Dilma em 2014, porque já era ela. Não há renovação. Em quase 30 anos, o PT não conseguiu gerar um nome diferente.
Lula escapou do escândalo do mensalão com maestria. Colocou a oposição no bolso, venceu a sua reeleição e se tornou um gênio do marketing e da estratégia. Foi chamado a dar opinião, interferiu em várias eleições e perdeu a maioria em que não estava participando diretamente.
Quando o presidente nacional do PT, Rui Falcão, convoca a militância para outros atos, com a finalidade de lançar Lula ainda em abril deste ano, está clara mais uma renúncia partidária. O PT não vai discutir o petróleo. Não vai indicar punição a nenhum dos seus filiados. E vai adotar a mesma postura de Lula, de que o assunto não é com ele.
Lula terá a seu favor a popularidade e a confiança de muitos eleitores pelo Brasil. Isso é inquestionável. Mas vai ter de enfrentar os seus fantasmas. Alguns ainda bem vivos na memória desse mesmo eleitor. É o maior desafio para o maior líder político, que vai estar atrás não só de uma eleição. Acima de tudo, vai ter salvar o partido, o passado e o pescoço de muita gente. Ao trabalho, companheiro!