"INACEITÁVEL"

Mabel é alvo de ofício por falar em fazer salsicha com cavalo de trabalhador

Vergílio cobrou quais as políticas públicas que a Prefeitura mantém com relação à proteção aos animais de tração

Prefeito Sandro Mabel durante prestação de contas na Câmara Municipal de Goiânia
Declaração de Mabel sobre fazer "salsicha" com cavalo de trabalhador foi feita no dia da prestação de contas do prefeito na Câmara (Foto: Divulgação)

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, virou alvo de um ofício após dizer que faria salsicha com cavalo de um trabalhador. O documento, emitido pela Comissão de Proteção, Defesa e Direitos dos Animais da Câmara Municipal e assinado pleo presidente Lucas Vergílio (MDB), foi enviado ao paço para pedir esclarecimentos formais sobre a declaração, feita durante audiência pública de prestação de contas na última segunda-feira (24/3).

Durante a audiência, Mabel citou uma “bronca” dada em um carroceiro, que supostamente fazia descarte irregular de materiais. “Um dia eu peguei um carroceiro lá no Jardim Novo Mundo e dei uma prensa nele lá porque o que ele tinha recolhido ele estava jogando num canteiro nosso. Eu falei não, eu vou pegar esse cavalo seu aí e vou mandar ele lá pro frigorífico fazer salsicha dele, não é possível ficar estragando a cidade desse jeito”.

A reação foi imediata. Vergílio condenou a declaração de Mabel sobre fazer salsicha com o cavalo do trabalhador, já no plenário e ato contínuo enviou um ofício ao Paço Municipal onde expressou sua profunda preocupação com o conteúdo da declaração. Segundo ele, um dos potenciais efeitos o discurso pode causar é a naturalização dos maus-tratos, bem como a desinformação pública e o enfraquecimento das ações institucionais de defesa dos direitos dos animais.

‘Salsicha de cavalo’: veja os questionamentos feitos em ofício destinado a Mabel:

– Se a fala foi devidamente contextualizada ou retratada pelo chefe do Executivo municipal;

– Quais são as políticas públicas atualmente em execução voltadas à proteção dos animais de tração, incluindo ações de fiscalização, resgate, atendimento veterinário, castração, campanhas de conscientização e eventuais medidas de encaminhamento para adoção ou retirada da atividade de tração animal;

– Se existe planejamento para a substituição progressiva da tração animal por alternativas mais sustentáveis e humanizadas, conforme preconizado por políticas públicas de diversas capitais brasileiras;

– Quais são os convênios e programas mantidos com ONGs, clínicas veterinárias e protetores independentes voltados aos equídeos em situação de maus-tratos ou abandono.