CALAMIDADE

R$ 4 bilhões: Mabel fala em 10 anos para quitar dívida da Prefeitura de Goiânia

Chefe do executivo ainda pontuou que uma das medidas adotadas será a Judicialização de dívidas da Prefeitura

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Sandro Mabel, em coletiva à imprensa na manhã desta segunda-feira (24) (Foto: Alex Malheiros)

O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel (UB), afirmou que o município precisará de até 10 anos para quitar as dívidas contraídas, que estão na ordem dos R$ 4 milhões. Segundo ele, trata-se de um passivo ‘impagável’ dentro de um único mandato. A declaração foi feita nesta segunda-feira (24/3), após questionamento do Mais Goiás, antes da apresentação da prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2024, durante entrevista coletiva.

“Regularizar toda a situação, quando você pega uma dívida aí de R$ 4 bilhões, você pode pensar em oito, 10 anos para pagar. É impossível você fazer com menos tempo do que isso,” afirmou Mabel.

Dívida ‘real’ de Goiânia ultrapassa registros da contabilidade, aponta prefeito

A dívida real da Prefeitura, de acordo com ele, é muito superior ao que está registrado oficialmente na contabilidade. O relatório da Comissão de Transição confirma esse cenário: o passivo consolidado é de R$ 3,6 bilhões, com destaque para a Comurg, que sozinha responde por R$ 2,3 bilhões. O IMAS, por sua vez, tem uma fatia de R$ 441 milhões.

Entretanto, vereadores da oposição contestam os números disponíveis no relatório e exigem maior transparência da gestão em relação aos índices. De acordo com Mabel, a Prefeitura vai questionar parte dos valores na Justiça, especialmente débitos tributários e compromissos sem respaldo contábil.

“Vamos entrar na Justiça com uma série de dívidas aí de impostos, principalmente, e vamos tentar baixar essa dívida, pagando dentro do possível com descontos. Eu já fiz várias negociações […] nunca menos do que 20, 30 meses pra pagar, porque senão é impagável. Não tem como se pagar,” declarou.

Dívida não empenhada agrava problema orçamentário, segundo gestor

Ele também destacou que grande parte da dívida sequer está empenhada, o que agrava o problema orçamentário. Citando o exemplo do IMAS, Mabel afirmou. “A dívida do IMAS são R$ 200 e poucos milhões. Tem R$ 8 milhões empenhados que passaram o ano como o resto a pagar. E os outros R$ 200?”

Mabel diz que a Prefeitura tem priorizado auditorias, reestruturação de contratos e renegociação de valores para tentar equilibrar as contas. Uma das frentes de economia está na própria Comurg. “Fizemos uma intervenção forte. Estamos com quase R$ 30 milhões de economia lá por mês. Isso já vai financiar esses 190 milhões que nós vamos precisar nesse período pra economizar mais ainda.”

Prefeitura de Goiânia: ajustes em andamento

O prefeito também mencionou negociações com prestadores de serviços da saúde e a queda no valor pago por leitos de UTI como exemplo dos ajustes em andamento. Mesmo com os esforços, Mabel admite que quitar toda a dívida é improvável.

“O que der pra quitar, nós vamos quitar. Mas é impossível você quitar, a não ser que faça isso que eu tô dizendo […] Eu acho pouco provável, porque é um dinheiro que é fora totalmente da possibilidade. O município pagar aí 1 bilhão por ano de dívida atrasada… Não tem esse dinheiro pra pagar.”