Mabel vai decretar calamidade na saúde e nas finanças no 1º dia de mandato
Decretos devem ter seis meses de duração
O prefeito eleito de Goiânia, Sandro Mabel (União Brasil), afirmou nesta terça-feira (17) que já tem prontas as minutas para decretar situação de calamidade pública nas áreas de saúde e finanças no 1º de janeiro. De acordo com o futuro chefe do executivo municipal, os decretos são necessários para reorganizar as contas públicas e enfrentar um cenário que beira a devastação na saúde e nas contas do Paço Municipal.
De acordo com o prefeito eleito, a rede de saúde de Goiânia opera atualmente de forma precária, em grande parte devido ao apoio financeiro do Governo do Estado, que assumiu temporariamente os pagamentos das UTIs. “O Estado garantiu o pagamento das UTIs porque não tínhamos condição de pagar. Mas isso não acontece todo mês. Precisamos ajustar isso imediatamente”, afirmou durante apresentação de quatro novos secretários, na sede da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg).
Ao ser questionado pelo Mais Goiás, da necessidade do decreto para a saúde, mesmo com previsão de contenção da crise no começo de janeiro, Mabel também alertou para a chegada de uma forte epidemia de dengue no início do próximo ano.
“A cidade está tomada pelo lixo, e a dengue vai estourar na nossa rede. Já montamos um gabinete de crise para enfrentar isso, mas não há recursos nem equipamentos básicos, como luvas, EPIs e carrinhos de mão”, declarou. Uma reunião de emergência com o governo estadual está marcada para a próxima quinta-feira (19), com foco em soluções rápidas.
Além do caos na saúde, Mabel revelou um rombo de R$ 1,6 bilhão nas contas da prefeitura, além de dívidas não-operacionais que somam mais R$ 1 bilhão. “O rombo é muito maior do que esperávamos. Temos R$ 180 milhões para pagar só de precatórios do IMAS, R$ 240 milhões da Comurg, e mais R$ 600 milhões em impostos atrasados”, explicou.
O prefeito eleito também mencionou bloqueios frequentes de contas públicas por processos judiciais, o que compromete áreas essenciais, como educação e merenda escolar. “Se não tomarmos providências, não haverá dinheiro para nada”, alertou.