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Maioria da CPI da Covid é composta por não governistas e Renan pode ser relator

Mas aliados de Bolsonaro querem colocar PSD na presidência da comissão, que indicaria senador mais alinhado ao Planalto

Com Renan na mira de governistas, CPI da Covid define plano de trabalho (Foto: Agência Senado)

Os blocos partidários oficializaram nesta quarta-feira (14) as indicações para a composição da CPI da Covid, confirmando a tendência de uma minoria governista na comissão. A comissão irá investigar ações e omissões da gestão Bolsonaro na pandemia e a aplicação de verbas federais repassadas aos estados.

Os nomes foram entregues oficialmente à Secretaria Geral da Mesa. O próximo passo será a leitura da lista com os indicados pelo presidente Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o que possibilita o agendamento da primeira reunião e a consequente instalação da CPI.

“Agora a presidência do Senado vai determinar a data da instalação da comissão parlamentar de inquérito, uma instalação presencial, em razão da eleição do presidente, que é preciso ser presencial e, logo na sequência, a definição de um relator”, afirmou Pacheco, após sessão do Senado.

“O presidente da CPI junto com o relator e demais membros definirão, dentro da regra do funcionamento presencial, quais atos podem ser praticados pelo sistema remoto, sistema virtual, e, com isso, garantir que a CPI funcione normalmente”, completou.

A maior parte dos membros da comissão defende o início imediato dos trabalhos, seja por meio presencial ou semipresencial.

Apesar dos esforços do Palácio do Planalto, o presidente pode ter de encarar adversários nos dois principais postos da comissão.

Senadores que serão indicados para compor a CPI da Covid conversaram nesta quarta-feira (14) e articulam um acordo para que Renan Calheiros (MDB-AL) ocupe o cargo de relator.

A relatoria é indicada pelo presidente da CPI. Para barrar o plano do MDB, seria possível então o governo articular que o comando da comissão seja do PSD, segunda maior bancada do Senado. Com isso, um aliado do Planalto ocuparia a presidência do colegiado e indicaria um relator também governista.

A CPI da Covid foi criada na terça (13) com a leitura do requerimento. Pacheco decidiu unificar dois pedidos de comissões, criando uma única com escopo mais amplo, para investigar o governo federal e também os repasses de verbas para estados e municípios.

A iniciativa de criar a CPI aconteceu em cumprimento à decisão monocrática do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. O plenário do tribunal confirmou nesta quarta-feira (14) a liminar de Barroso.

O STF decidiu ainda que cabe ao Senado definir o rito da comissão. Pacheco deu um prazo de 10 dias para que os blocos partidários indiquem os representantes, mas os nomes já foram apresentados nesta quarta. O objetivo dos partidos é dar início logo aos trabalhos.

O presidente do Senado também vem sugerindo a senadores que a comissão funcione de maneira presencial —pelo menos que a instalação dela, na primeira sessão, ocorra desta forma. Depois disso, afirma que caberia ao presidente da CPI decidir, em negociação com os membros.

“Eu acho que é possível que nós comecemos a trabalhar de forma remota com algumas sessões semipresenciais e um certo ordenamento para a realização de depoimentos. A Justiça comum está trabalhando assim, o próprio Supremo e o próprio Congresso Nacional estão trabalhando assim.”, disse o senador Humberto Costa (PT-PE), indicado para fazer parte da comissão.