DESIGUALDADE

Mais de 850 mil goianos sofrem com a fome, aponta relatório sobre insegurança alimentar

O estudo avaliou 12.745 domicílios localizados em áreas urbanas e rurais, de 577 municípios em todo o país

Fome em Goiás - Homem busca alimento em lixeira de parque de Goiânia (Foto: Jucimar Sousa - Divulgação)

Cerca de 850 mil goianos sofrem com a fome. O número corresponde a 11,9% da população de Goiás e se referem a pessoas que vivem em domicílios que enfrentam insegurança alimentar grave. São aquelas não comem por falta de dinheiro para comprar alimentos, que fazem apenas uma refeição ao dia ou ficam o dia inteiro sem comer.

Os dados foram publicados pelo relatório Insegurança Alimentar e Covid-19 no Brasil – Insegurança Alimentar nos estados. O estudo avaliou 12.745 domicílios localizados em áreas urbanas e rurais, de 577 municípios em todo o país. Somente em Goiás foram 504 domicílios analisados.

O relatório aponta ainda que cerca de 889 mil goianos sofrem com insegurança alimentar moderada. Ou seja, 12,5% da população goiana têm redução quantitativa de alimentos ou ruptura nos padrões de alimentação resultante da falta de alimentos.

Ainda, mais de 2,1 milhões de goianos tem preocupação ou incerteza em relação ao acesso aos alimentos no futuro, à quantidade inadequada dos alimentos. O número representa 30,4% dos goianos.

Segurança alimentar

Aqueles que vivem em segurança alimentar somam mais de 3,2 milhões de goianos. Ou seja, 45,2% das pessoas que vivem em Goiás vivem em uma família ou domicílio que tem acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais.

O percentual de goianos que vive em segurança alimentar é acima da média nacional, de 41,3% (ou 88,5 milhões). O relatório aponta que cerca de 33 milhões de brasileiros sofrem com a fome. Isso representa a 15,5% da população brasileira.

*Matéria atualizadas às 22h22 para correção de informações. O número de goianos que enfrentam insegurança alimentar grave é de cerca de 850 mil pessoas, e não de 85 mil, como havia sido noticiado anteriormente.