Marcelo Miranda deu uma Hilux em troca da celebração de contratos entre empresa da família e TJ-TO, diz PF
Caminhonete foi dada ao desembargador Ronaldo Eurípedes, ex-presidente do Tribunal de Justiça do estado
Uma caminhonete modelo Hilux. Essa foi uma das retribuições que o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda, fez ao desembargador Ronaldo Eurípedes, ex-presidente do Tribunal de Justiça do estado (TJ-TO). O veículo teria sido dado em troca da escolha da empresa da família de Miranda para contratos no valor de R$ 1,4 milhões.
A afirmação é da Polícia Federal (PF), que identificou suposta relação entre os dois na Operação Thot. Deflagrada para investigar a venda de sentenças do TJ-TO, a operação apurou que a construtora Construarte, da família do ex-governador, celebrou contratos de reformas e adequações em vários edifícios do poder judiciário tocantinense.
Com base nas investigações, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que a caminhonete dada a Ronaldo Eurípedes foi adquirida em uma concessionária de propriedade de Luiz Pires. De acordo com o órgão, ele é apontado como o operador da lavagem de dinheiro de Marcelo Miranda.
A defesa do ex-governador afirmou que ele não é investigado no STJ, instância onde o processo tramita em razão do foro do desembargador. A defesa afirmou, ainda, que a Justiça Federal não pode se manifestar sobre o caso porque não tem competência para isso.
Além da Hilux
O ex-governador de Tocantins, Marcelo Miranda, está preso desde a última quinta-feira (26). Ele foi detido na operação 12º Trabalho, da PF, no apartamento funcional da Câmara dos Deputados, em Brasília, usado pela esposa, a deputada federal Dulce Miranda (MDB-TO)
A ação da PF desarticula uma suposta organização criminosa – envolvida em investigações anteriores – montada a fim de praticar corrupção, peculato, fraudes em licitações, desvios de dinheiro público, recebimento de vantagens indevidas, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro. A ação desta quinta-feira (26) é resultado de um trabalho conjunto com o Ministério Público e Receita federais, que estimam prejuízo de R$ 300 milhões ao erário.
Com informações de O Popular.