Marconi defende que PSDB continue apoiando governo Temer
Em palestra na Conferência Anual da Unale, em Foz do Iguaçu, governador afirma que partido deve continuar na base federal
Durante palestra que realizou nesta quinta-feira (8) na Conferência Anual da União Nacional dos Legisladores e Legislativos Estaduais (Unale), que começou ontem (7) e se estenderá até esta sexta-feira (9) na cidade de Foz do Iguaçu (PR), o governador Marconi Perillo defendeu que seu partido, o PSDB, mantenha sua aliança com o governo do presidente Michel Temer, apoiando as reformas em tramitação na Câmara dos Deputados. Ele afirmou que as reformas são necessárias para que o Brasil volte a crescer.
Segundo Marconi, o partido tem a responsabilidade de garantir que os avanços econômicos possam ajudar a fazer com que os juros caiam ainda mais, que a inflação diminua e que seja adotada uma boa política cambial. “Eu defendo que meu partido apoie firmemente as reformas. É preciso apoiar a aprovação das reformas, primeiro a previdenciária, depois a reforma política porque é na estrutura política eleitoral e partidária que se encontra a raiz da corrupção que deve ser extinta definitivamente do Brasil”, analisou.
O governador pediu que haja equilíbrio neste momento difícil. Disse defender que o partido mantenha a aliança com o Governo Federal e, assim, de forma direta, estará apoiando as reformas e a agenda positiva, “que fez com que o Brasil, em um ano, começasse a diminuir a inflação de mais de 10% para menos de 4%. Fez com que os juros caíssem de quase 15% para 10% e, pela primeira vez, desse sinal de que começa a sair da crise, com um PIB positivo”.
Aprofundando sua análise sobre a realidade econômica do País, o governador lembrou que a média de crescimento do PIB é mensurada em dois anos – no anterior e no atual. No ano passado, houve uma queda no PIB de 2,5%. A média agora foi de 1%, “o que – segundo o governador – significa que o País cresceu 3,5% nos três primeiros meses. Descontando 2,5% do ano passado, dá 1% que é o saldo positivo neste primeiro trimestre. Nós não podemos jogar fora o que já foi conquistado”.
Depois de lembrar que a Reforma Trabalhista já passou pelo crivo da Câmara dos Deputados, Marconi falou sobre a necessidade imperiosa de aprovar a reforma da previdência. “Muita gente se equivocou ou não estava bem informado com os objetivos da reforma da previdência. Ela é para combater privilégios. Hoje, 70% dos gastos da previdência no Brasil é para um terço dos aposentados. Os outros 70% têm um gasto proporcionalmente muito menor do que aqueles privilegiados”, sentenciou.
Ao reafirmar que o Brasil precisa resolver a questão da previdência, Marcou enfatizou que em Goiás haverá um déficit previdenciário neste ano de R$ 1,9 bilhão. Em quatro anos, pelas projeções, serão R$ 8 bilhões. “Imagina o que seria possível fazer na saúde, na segurança, na educação, na infraestrutura com esses recursos?”, indagou.
O governador voltou a lamentar que sete milhões de goianos trabalhem para pagar aposentadoria a 60 mil aposentados e pensionistas. “Defendemos o direito das pessoas que se aposentaram. Mas é preciso corrigir. Se não fizermos nada, os estados vão quebrar”, previu.
A par da crise que assola o País, ele informou aos parlamentares e convidados, reunidos em Foz de Iguaçu, que seu governo conseguiu estruturar o maior programa de investimentos em curso no País, referindo-se ao “Goiás na Frente”. Para tanto, disse ter contado com a ajuda da Assembleia Legislativa.
“Temos a felicidade de ter uma Assembleia Legislativa muito bem dirigida e consciente de seu papel em relação ao momento crítico pelo qual passa o Brasil. Nós tivemos não só a maior recessão da história, mas também uma grande depressão que fez o Brasil ficar mais pobre 10% neste período”, disse.
Marconi recordou que a Assembleia Legislativa de Goiás começou a ajudá-lo para o enfrentamento da crise ainda em 2014, quando o governo previu as dificuldades vindouras. “Naquele período nós reduzimos para dez o número de secretarias e mais de seis mil o número de funcionários com o apoio imprescindível da Assembleia”, argumentou.