Marconi diz que Odebrecht não tem obra licitada nem realizada com recursos do Governo de Goiás
A declaração foi feita durante reunião com deputados da base aliada, que foram ao Palácio das Esmeraldas
O governador Marconi Perillo afirmou hoje que a Odebrecht não tem nenhuma obra licitada nem realizada com recursos do governo do Estado. A declaração foi feita durante reunião com deputados da base aliada, que foram ao Palácio das Esmeraldas para entregar a ele um manifesto de apoio no qual afirmam acreditar plenamente que as acusações contra Marconi são falsas. O governador postou o vídeo em suas redes sociais.
Marconi endossou que as citações que foram feitas em relação a ele em nenhum momento o acusam de oferecimento ou aceitação de qualquer vantagem. Ponderou, porém, que a afirmação sobre a existência de caixa dois em campanhas eleitorais é algo constrangedor e que precisa ser, na hora certa, desmentido na Justiça. Ele ressaltou que as doações recebidas em suas campanhas de 2010 e 2014 estão estritamente de acordo com o que estabelece a lei.
“A Odebrecht fez doações em 2010 e em 2014 estritamente de acordo com que estabelece a lei, registrado no TRE e aprovado. As contas foram aprovadas”, enfatizou.
Antes de fazer alguns esclarecimentos sobre as citações, Marconi agradeceu aos deputados pela assinatura do manifesto de apoio. “Certamente isso me enche de alegria e de conforto. Ser citado em uma situação como essa acaba constrangendo as pessoas que sempre trabalharam pelo bem comum. Que sempre dedicaram sua vida e sua história à construção de um Estado moderno, sempre dedicando a sua vida a fazer o bem às pessoas, independentemente de cor política, partidária ou ideológica, como sempre fiz ao longo de mais de 30 anos de política”, disse.
Marconi afirmou que as citações acabam colocando interrogações na cabeça de muitas pessoas, sobretudo quando citam números que são “completamente desconectados da realidade”. “Qualquer pessoa que tenha vergonha na cara, que tenha o sentimento de orgulho de ser político e de fazer o bem fica em uma situação de constrangimento. É claro que isso me deixou muito triste nesse ponto de vista, mas de cabeça erguida. Com a certeza e com a tranqüilidade de quem sempre procurou fazer o melhor ao longo desses mais de 30 anos. É importante dizer que eu continuo com a minha dignidade em alta”, afirmou.
Reiterou que ontem afirmou que, no momento certo, depois de ouvir tudo o que foi citado em relação ao seu nome nas delações, vai se pronunciar procurando mostrar aos goianos cada ponto do que foi dito, desmentindo cada ponto que foi dito.
Saneago e VLT
Marconi comentou as citações relativas à Saneago. “Falam de uma suposta licitação no Entorno de Brasília. Havia, em 2009, quando esse assunto começou, nas câmaras municipais – eu não era nem governador – a preocupação das câmaras e dos prefeitos no sentido de que houvesse a universalização de esgoto em quatro grandes cidades goianas. Só por conta dessa necessidade de atender à população é que houve a licitação, no caso da subdelegação da Saneago e, em 2013, esse contrato foi homologado estritamente de acordo com a lei”, elucidou.
“Ocorre que – e isso é importante ser destacado – é que houve um ágio de mais de 200%, entre o que era o preço mínimo e a licitação final. A proposta na licitação era de R$ 90 milhões e o licitante ganhou por R$ 270 milhões; a favor da Saneago”, disse o governador.
Marconi disse ainda que, quanto à possível conexão da desistência da licitação do Entorno de Brasília por conta da Operação Monte Carlo, “é interessante registrar que há uma contradição” nas citações. “Primeiro, dizem que ela não foi para frente por causa da operação Monte Carlo, que aconteceu no início de 2012. Em 2014, o Estado chegou a propor uma PMI. Ora, se houvesse qualquer conexão que impedisse uma PMI para o Entorno de Brasília, isso não teria ocorrido dois anos depois. E por que depois essa PMI não foi para frente e a licitação não foi feita? Por uma razão exclusivamente técnica”, observou.
Marconi disse que em 2015 chegou à conclusão, junto à diretoria da Saneago, de que não havia mais necessidade de aporte de recursos financeiros privados, ou de parcerias, ou de subdelegação porque o governo estadual estava viabilizando os recursos junto ao governo federal e nas parcerias com a Caesb, a Companhia de Água e Esgoto de Brasília, para a construção do Sistema Produtor de Corumbá 4, e para construção do Sistema de Estação de Tratamento de Esgoto da cidade de Águas Lindas.
“Então, tecnicamente, a diretoria da Saneago me procurou e disse: ‘Vamos encerrar a possibilidade de licitação de PMI ou de subdelegação, porque nesse caso do Entorno de Brasília nós temos os recursos, temos as parcerias, temos recursos do PAC, temos recursos de parcerias com a Caesb, portanto, eu falei: ‘Concordo, está encerrada essa possibilidade’”, contou.
Com relação à citação sobre licitação para construção do VLT, Marconi afirmou que o governo estadual fez a licitação para eventual construção do VLT via PPP, mas a obra não foi iniciada devido à falta de recursos. “Isso não tem absolutamente nada a ver com qualquer possibilidade de ajuda de campanha que não fosse estritamente legal”, afirmou.
“Eu repito o que disse ontem: salvo essa subdelegação que foi feita pela Saneago por quatro prefeituras no interior do Estado, e que não envolvem nenhum centavo de recursos do Tesouro Estadual; e salvo essa questão do aeroporto de Goiânia, que eu fiz para ajudar o governo federal; e também da licitação do VLT, que foi feita uma licitação para uma PPP que implicava em menos recursos por parte do governo do Estado, a Odebrecht não tem nenhuma obra licitada nem realizada com recursos do governo do Estado”, endossou.