Marconi diz que se garante ao negar aliança com Lula
Política sempre foi algo confuso e bagunçado. Política é como nuvem, cada hora em que…
Política sempre foi algo confuso e bagunçado. Política é como nuvem, cada hora em que você olha está de um jeito diferente. O ensinamento de Magalhães Pinto é mais que verdadeiro. Os educados dizem que é tudo muito dinâmico. A gente que é mais povão diz que é uma zona do inferno.
Lula está trabalhando para ampliar seu leque de aliados. Geraldo Alckmin estaria 99% confirmado como vice do petista. Aliança considerada impossível poucos anos atrás e que hoje está na boca do povo. Nesse intuito de trazer para seu lado adversários de outrora, Lula procurou Marconi Perillo para uma conversa. Queria estabelecer uma aliança de oposição a Ronaldo Caiado.
Marconi teria ouvido a proposta de Lula mas declinou logo no primeiro diálogo. O ex-governador consideraria difícil explicar para seu eleitorado essa aliança entre forças que tanto se antagonizaram nas últimas décadas.
Creio que sim, demandaria grande esforço retórico de petistas e tucanos goianos. Mas nada intransponível. Alckmin estar junto de Lula já é um fato que colabora na argumentação. Além disso, a política goiana também tem suas alianças improváveis ao longo da história.
O PSDB de Marconi engoliu a seco todos os desaforos de Caiado e Demóstenes nos anos anteriores e aceitou o DEM de volta ao Tempo Novo em 2010. Marconi venceu para o Governo, assim como Demóstenes ao Senado e Caiado à Câmara. José Eliton, então no DEM, ainda ficou com a vice de lambuja.
No pleito seguinte, Caiado e Iris Rezende superaram as décadas de antagonismo entre PSD e UDN e estabeleceram uma aliança contra Marconi. Deu certo para Caiado que venceu e se tornou senador, mas não para Iris. Mas a aliança iniciada em 2014, mesmo com percalços no caminho, ainda permanece com Daniel Vilela e o acordo de que ele será o vice de Caiado no pleito desse ano.
Ou seja, tanto Lula quanto Marconi já tiveram que superar rancores e tretas com desafetos para enfrentar novas conjunturas. O pessedebista deve ter suas razões para não topar a proposta de Lula. Só não acho que a situação atual de Marconi permite que ele escolha demais quem quer ser seu aliado na disputa que se avizinha.
@pablokossa/Mais Goiás | Foto: Reprodução