Réplica

Marconi Perillo rebate reitor e diz que UEG está entregue à própria sorte

Reitor afirmou que diversos cursos foram criados sem considerar questões econômicas. Perillo rebateu e afirmou que a realidade financeira e demanda de alunos sempre foi respeitada

O ex-governador Marconi Perillo rebateu as declarações do reitor da Universidade Estadual de Goiás (UEG), o procurador do estado, Rafael Borges, durante a apresentação reforma administrativa da instituição nesta sexta-feira (17). Para o ex-chefe do Poder Executivo estadual, a “autonomia da instituição foi destruída pelo atual governo e a universidade está entregue à própria sorte”. Entre as alterações propostas pela reforma está o reordenamento de campus de 41 para apenas 8.

Durante a apresentação da reforma no Palácio Pedro Ludovico Teixeira, o reitor afirmou ao Mais Goiás que vários casos de cursos foram abertos em diversas regiões pela gestão passada sem considerar a vocação econômica. Segundo ele, em muitos destes locais há baixa procura de estudantes. Rafael Borges ainda criticou o Conselho Superior Universitário (CSU) e disse que muitas decisões foram tomadas do ponto de vista político, não pensando na qualidade de ensino na instituição.

Um dia após as declarações, o ex-governador Marconi Perillo emitiu nota para rebater as afirmações do reitor. Segundo ele, a abertura de novos cursos e campus na gestão do PSDB “se deu de acordo com a realidade econômico-financeira da UEG, levando em conta a demanda acadêmica, a realidade orçamentária e a disponibilidade de professores e servidores técnico-administrativos em cada região […] conciliando as disponibilidades financeiras e a demanda dos estudantes”.

De acordo com o tucano, a UEG passou por processo contínuo de autonomia, com gradativa transferência das decisões da gestão para a direção, os professores e toda a comunidade universitária. “A gestão democrática definiu a oferta de cursos, permanente e temporária, de acordo com a demanda de cada câmpus da instituição”, acrescenta.

Para ele, no entanto, tal autonomia foi “completamente destruída pelo atual governo”. “A reitoria e o governo de agora usurparam a gestão da universidade, transferindo-a para o gabinete do reitor e do governador, calando a comunidade acadêmica e excluindo-a de toda e qualquer decisão”.

Cortes

No texto, o político afirma que o governo de Ronaldo Caiado (DEM) inviabilizou a gestão da UEG já nos primeiros dias de 2019 e reduziu o orçamento da instituição em quase R$ 100 milhões no ano passado, o equivalente a um terço (33%) do valor executado em 2018, que totalizou R$ 300 milhões. O corte, segundo Perillo, “afetou todas as áreas, em todos os campus”.

“O resultado é que a UEG está entregue à própria sorte e a comunidade acadêmica foi abandonada. Cursos são encerrados sem prévio aviso e professores e servidores são demitidos de forma aleatória e sem qualquer estudo sobre o impacto de seus desligamentos sobre a vida acadêmica dos estudantes […] alunos e professores são tratados como números e usados na insana e obcecada estratégia de destruição do legado das gestões do PSDB”, diz trecho.