Marcos Cabral deixa presidência da Codego
Ex-presidente foi nomeado para assessoria especial da Governadoria. Contrato firmado com filho de Cachoeira causou desgastes
Após desgastes envolvendo a venda de áreas no Distrito Agroindustrial de Anápolis (Daia) para a construção de um shopping, cuja cessão havia sido obtida pela empresa ETS, de Matheus Henrique Aprígio Ramos, filho do empresário Carlinhos Cachoeira, Marcos Cabral deixou o cargo de presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Goiás (Codego). Agora ele assume área política no governo estadual. Ele será assessor Especial da Governadoria.
A nomeação de Marcos Cabral ocorreu ainda nesta segunda-feira (8), em publicação em suplemento do Diário Oficial do Estado. O substituto de Cabral na Codego é o empresário Hugo Goldfeld, que ocupava diretoria na Saneago.
O contrato entre a Codego e a empresa do filho de Cachoeira foi firmado em 20 de abril deste ano) e estabelece a venda de duas áreas de 22 mil metros quadrados por R$ R$ 53.424,62 à ETS Importação e Exportação.
O deputado estadual Humberto Teófilo (PSL) havia apresentado denúncia sobre possíveis irregularidades na cessão das áreas. Um dos pontos destacados foi o fato de que Marcos Cabral acabou ignorando parecer da Controladoria Geral do Estado (CGE), que foram solicitados pelo ex-presidente da Codego, Pedro Sales que depois foi para a Goinfra.
Os pareceres jurídicos recomendaram a negociação das áreas a preço de mercado – o valor seria de R$ 5 milhões – e ainda houve falta de demonstração de capacidade financeira pela empresa ETS. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Ministério Público de Goiás.
Outro ponto é que fosse feito um encontro de contas relativo ao que a empresa gastou para construir a nova sede regional da Polícia Civil e o valor de mercado da área em que o shopping seria construído. A nova sede teve custo aproximado de R$ 1.2 milhão. A permuta das áreas foi firmada em 2017, na gestão de Júlio Vaz à frente da companhia.
A Codego iniciou na semana passada a revisão dos atos administrativos após o rompimento de cessão de terreno. O distrato havia ocorrido no último dia 2. A alegação da companhia é de que o processo foi iniciado na gestão anterior, apesar de o contrato ter sido assinado no último mês de abril.
Marcos Cabral tem ligação política com Ronaldo Caiado. Foi vereador em Santa Terezinha de Goiás, prefeito por três vezes. No Governo Caiado, foi secretário de Desenvolvimento Social (Seds), de onde saiu para a Codego em outubro de 2019.