Marina janta com Huck, mas sem ‘instrumentalizar’
Pré-candidata da Rede à Presidência, sinalizou apoio ao grupo Renova BR, movimento suprapartidário que tem proximidade com o apresentador
A pré-candidata da Rede à Presidência, Marina Silva, jantou nesta quarta-feira, no Rio, com o apresentador de televisão Luciano Huck, que já foi cotado para disputar o Palácio do Planalto.
Marina sinalizou apoio ao grupo Renova BR, movimento suprapartidário que tem proximidade com Huck. A pré-candidata da Rede vem enfrentando dificuldades para costurar alianças. Pouco antes do encontro, Marina disse que compreende as limitações que Huck teria para apoiar sua pré-candidatura publicamente.
— O Luciano, pelo que sei, tem um impedimento que serviu até para sua própria candidatura e eu tenho respeito pela situação dele. Ele é membro (do Agora), mas, pelo que eu saiba, não está podendo se colocar e não tenho a pretensão de instrumentalizar ninguém — afirmou a ex-senadora, após participar de um debate com o movimento Roda Democrática, no Centro do Rio.
Questionada sobre a possibilidade de o Agora apoiá-la formalmente, Marina disse que o movimento já tem vários pré-candidatos filiados à Rede, mas que não queria “antecipar uma decisão que era deles”.
Segundo ela, entre os movimentos cívicos apenas o Brasil 21 já anunciou adesão integral à sua pré-campanha, mas há diálogo com outros que podem apoiar sua pré-candidatura futuramente.
No mês passado, Luciano Huck não quis adiantar se vai declarar apoio a algum nome, mas deixou claro que nenhum dos concorrentes despertava sua admiração.
— Você olha para política e vê um cenário de terra arrasada. Dos candidatos não tem ninguém que eu admire. Tem pessoas que você aceita — disse o apresentador em um debate sobre eleições.
Com uma campanha que se diz “franciscana” e que não pretende contratar marqueteiro tradicional, Marina voltou a 2010 e decidiu recorrer à ajuda do cineasta Fernando Meirelles. Diretor de filmes como “Cidade de Deus” e “Ensaio sobre a Cegueira”, Meirelles já participou de reuniões de campanha, além de contribuir para o programa de governo. Ao GLOBO, o diretor disse que quer ser uma espécie de ombudsman da equipe de comunicação da candidata da Rede. Ele não descartou alguma forma de colaboração para a comunicação da campanha, como a produção de algumas peças de publicidade.
Há oito anos, na primeira tentativa da ex-senadora de chegar ao Palácio do Planalto, o cineasta ajudou a montar a equipe que produziu os programas eleitorais e contribuiu com ideias para as propagandas da ambientalista. Agora, Meirelles tem interesse em atuar na área de comunicação que tocará a campanha, mas de fora e com sugestões.
— Gostaria de colaborar fazendo filmetes sobre agricultura, educação, energia e conectividade, áreas do programa, no qual há ideias transformadoras que me agradam. Vamos ver se me deixam — disse o cineasta ao GLOBO.
Os integrantes do grupo responsável pelo programa de governo prometem que o texto trará uma proposta incisiva contra a desigualdade. Entre os economistas que fazem parte da equipe estão Eduardo Giannetti, André Lara Resende e Ricardo Paes de Barros, este último um dos idealizadores do Bolsa Família.