Eleições 2018

‘Me filiei ao PT na contramão da história’, diz Márcia Tiburi

É a primeira vez que a filósofa vai disputar um cargo político, ela entrou no lugar do ex-ministro Celso Amorim

A jornalista e filósofa Márcia Tiburi lançou sua pré-candidatura ao governo do Rio pelo PT, no domingo, 17, com um discurso que exaltou o partido para qual entrou no início de março. Márcia, que era filiada ao PSOL desde 2013, afirmou que se filiou ao PT por uma questão de “gratidão” e “na contramão da história”, em evento no diretório Estadual do PT.

Márcia também falou que há uma “tentativa de transformar o PT na metáfora do mal brasileiro”. “Podemos sempre refazer os nossos caminhos e ter posicionamentos mais condizentes com a nossa própria história. Foi por esse aspecto da gratidão com o PT que eu resolvi me filar, na contramão da história e na contramão dessa conspurcação e dessa tentativa de transformar o PT na metáfora do mal brasileiro”, disse.

É a primeira vez que Márcia irá disputar um cargo político. A filósofa entrou no lugar do ex-ministro Celso Amorim, que teria declinado da ideia depois que especulações davam conta que o ex-chanceler seria cogitado como possível “plano B” petista para substituir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava Jato por corrupção passiva e lavagem dinheiro, na candidatura à Presidência.

A pré-candidata também afirmou que, como professora de filosofia, quer ir “em busca da verdade”, fazendo referências à prisão, a seu ver injusta, do ex-presidente Lula. Nos bastidores do PSOL, comenta-se que a saída de Marcia do partido e a ida para o PT foi em grande parte pela sua enfática defesa ao ex-presidente.

“Nunca fui candidata, mas tenho certeza que todo o cidadão comum está com vontade de sair da sua zona de conforto, disse. “O PT é o maior partido do Brasil e tem uma consistência teórica que faz sentido, que agrega e que coloca em cena a diversidade da população brasileira”, defendeu.

A chapa também lançou o ex-deputado federal e ex-ministro da Secretaria Especial da Igualdade Racial de Lula, Edson Santos, como coordenador do programa de governo. O presidente do PT no Rio, Washington Quaquá, disse que a pré-candidatura de Marcia foi uma unanimidade no partido. “Vamos para a polarização da disputa no Rio de Janeiro com um nome novo, que vai colocar o PT no centro e garantir um palanque potente para Lula no Estado”, justificou.